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Decisão de Biden tumultua a estratégia de Trump

Democratas tem um mês de noticiário grátis em horário nobre

Herdeira.Kamala Harris poderá reforçar o voto feminino na chapa democrata.Créditos: Reprodução X
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No sábado, 20, em um comício no Michigan, o republicano Donald Trump voltou a elogiar o líder chinês Xi Jinping, ao qual havia se referido anteriormente como "brilhante".

Em sua fala, Trump repetiu que Xi controla com mão de ferro mais de 1 bilhão de pessoas.

O objetivo não foi elogiar o líder comunista, mas enfatizar a fraqueza de seu concorrente Joe Biden.

O chinês seria "feroz", diante de um Biden que "parece um bebê", segundo Trump.

Na quarta-feira, penúltimo dia da Convenção Republicana em Wisconsin, os partidários de Trump levantaram cartazes em que o nome do democrata aparecia relacionado a fraqueza.

Com a desistência de Joe Biden, toda a estratégia de Trump foi por água abaixo.

Não é improvável que o drama em torno da renúncia de Biden tenha sido coordenado para desorientar os republicanos.

ENTRA KAMALA, A PROMOTORA

Agora, Trump terá possivelmente de enfrentar Kamala Harris, que durante 13 anos foi promotora de Justiça em São Francisco e procuradora-geral da Califórnia.

Kamala, que era senadora antes de ser escolhida vice de Biden, tem uma capacidade de oratória, argumentação e persuasão considerada essencial para enfrentar Trump.

Setores do eleitorado negro dos Estados Unidos criticam Kamala por considerar que ela, quando procuradora-geral, defendeu o encarceramento em massa.

Ela é vulnerável ao discurso de Trump de que Biden permitiu a entrada descontrolada de imigrantes ilegais nos EUA, pois uma das primeiras tarefas da vice no governo foi tratar da questão da fronteira com o México -- ainda que não tivesse controle direto sobre o Departamento de Segurança Interna.

O fato de que a chapa democrata ainda será definida, possivelmente na Convenção em Chicago -- que vai de 19 a 22 de agosto -- pode ser um ativo.

Além de mexer com a estratégia dos republicanos, o debate sobre quem é melhor para formar chapa com Kamala e enfrentar Trump garante um mês de noticiário para os democratas -- nos EUA não existe horário eleitoral gratuito.

A campanha para valer nos EUA só começa depois do Labor Day, em setembro.