Dentro do avião que o levou a Milwaukee, Wisconsin, onde participa nesta segunda-feira (15) da convenção que vai confirmar seu nome como candidato do partido Republicano na disputa à Casa Branca, Donald Trump repetiu seu aliado dos "trópicos", o brasileiro Jair Bolsonaro (PL), e atribuiu a um "milagre" o fato de estar vivo após ser alvo de atentado a tiros durante comício na Pensilvânia no sábado (13).
“O médico do hospital disse que nunca viu nada parecido, ele chamou de milagre”, disse Trump, com uma bandagem na orelha direita, ao jornalista Michael Goodwin, do New York Post, que o acompanhou na viagem.
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“Eu não deveria estar aqui, deveria estar morto”, repetia Trump, segundo o jornalista, que ainda contou como o atirador, Thomas Matthew Crooks, filiado a seu partido, de apenas 20 anos, foi morto pelos agentes do serviço secreto.
“Eles o mataram com um tiro bem no meio dos olhos”, afirmou o ex-presidente. “Eles fizeram um trabalho fantástico”, acrescentou. “É surreal para todos nós”.
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Mais adiante, Trump voltou a atribuir a "Deus" o fato de não ter sido morto no atentado, sinalizando que fará o mesmo uso político que Bolsonaro fez da facada durante as eleições de 2018 no Brasil.
“Por sorte ou por Deus, muitas pessoas estão dizendo que é por Deus que ainda estou aqui”.
"Foto icônica"
Trump ainda comemorou a "foto icônica", em que aparece sangrando, de punho levantado, em frente a uma bandeira dos EUA. A imagem, segundo analistas, será explorada na campanha presidencial e é considerada um trunfo para selar uma possível vitória contra Joe Biden.
“Muitas pessoas dizem que é a foto mais icônica que já viram”, disse Trump. “Eles estão certos e eu não morri. Normalmente você tem que morrer para ter uma imagem icônica", seguiu.
Após ser indagado pelo jornalista sobre os mortos e feridos, Trump teria reagido e pedido para falar com as famílias, sinalizando que vai intensificar o uso do atentado na campanha.
“Peguem os números, quero ir ao hospital e ligar para todas as famílias”, afirmou.
O republicano ainda afirma que mudou o tom do discurso que fará nesta segunda-feira em Milwakee.
"Eu tinha preparado um discurso extremamente duro, muito bom, sobre a administração corrupta e horrível. Mas joguei fora”.
Trump afirmou que, agora, vai discursar para "tentar unir nosso país”. "Mas não sei se isso é possível. As pessoas estão muito divididas", acrescentou, cruzando os braços.