Um delator da Boeing e ex-funcionário de uma fornecedora da gigante da aviação afirmou que os aviões da empresa estadunidense são uma "bomba relógio".
Santiago Paredes, que trabalhava como supervisor da empresa Spirit Aerosystems, assegurou que sua empresa e a Boeing estavam cientes de problemas em suas linhas de produção desde 2010.
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"Eu estava no final da linha de produção. Se supunha que eu teria que ver o produto completo que enviavam para a Boeing. Mas só se viam peças incompletas e danificadas", afirmou ao New York Post. "Tudo o que via era como uma bomba relógio", completou.
Segundo Paredes, ele chegou a informar seus superiores, mas disse que seus chefes "sempre me diziam que não havia tempo para corrigir os erros".
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A empresa, mesmo com erros, continuou entregando peças para a Boeing, uma das principais firmas do ramo aeroespacial no mundo.
Questões de segurança da Boeing
O histórico de segurança da Boeing tem sido prejudicado por uma série de incidentes e acidentes, incluindo duas tragédias fatais: o voo da Lion Air em outubro de 2018 na Indonésia e o voo 302 da Ethiopian Airlines em 10 de março de 2019. Esses dois acidentes resultaram na morte de 346 pessoas.
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) também identificou problemas de segurança nos sistemas de degelo dos modelos 737 Max e 787 Dreamliner, que poderiam levar à perda de potência dos motores.
Denunciantes têm afirmado que a redução de custos, em detrimento das preocupações com segurança, aumentou a incidência de problemas nos aviões.
A regulação da Boeing pela FAA também foi criticada, com alguns argumentando que a prática da agência de permitir que os fabricantes "auto-certifiquem" seus aviões como conformes às regulamentações de segurança contribuiu para os problemas da empresa.
Os problemas de segurança da Boeing tiveram consequências financeiras significativas, incluindo uma queda de 30% no valor das suas ações e uma redução de quase US$ 50 bilhões em sua capitalização de mercado.
A reputação da empresa e seus relacionamentos com companhias aéreas e reguladores estão ameaçados, tornando difícil a recuperação. Os futuros executivos da Boeing enfrentarão um grande desafio para restaurar a confiança das companhias aéreas, reguladores e passageiros.
A morte dos dois denunciantes aumentou ainda mais as suspeitas sobre a empresa, que luta para superar os recentes problemas econômicos.