CHINA EM FOCO

Queda de avião de passageiros na China coloca Boeing no centro de mais uma tragédia

Presidente Xi Jinping ordenou concentrar esforços no resgate, companhia China Eastern Airlines mantém todos os Boeings 737 em solo e ações da fabricante estadunidense despencam na bolsa; documentário investiga a origem das crises da companhia de aviação

Créditos: CGTN
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Um avião de passageiros com 132 pessoas a bordo caiu na região autônoma de Guangxi Zhuang, no sul da China, nesta segunda-feira (21). O presidente chinês, Xi Jinping, ordenou todos os esforços para operações de resgate.

A aeronave Boeing 737, que decolou de Kunming com destino a Guangzhou, caiu por volta das 14h38 (horário de Pequim) em uma área montanhosa perto da vila de Molang, no condado de Tengxian, na cidade de Wuzhou, causando um incêndio na montanha. O fogo causado pela queda do avião foi apagado e as operações de resgate estão em andamento. O número de vítimas ainda é desconhecido.

O primeiro grupo de socorristas chegou ao local do acidente horas depois da queda do avião. A equipe de resgate de bombeiros de Wuzhou despachou imediatamente 23 caminhões de bombeiros e 117 socorristas. Um total de 538 equipes de resgate de Nanning, Liuzhou, Guilin, Beihai, Yulin, Hezhou, Laibin e Hechi foram ao local para reforçá-los.

Líderes chineses exigem esforço máximo no resgate

Xi ordenou o lançamento imediato da resposta de emergência e exigiu esforços para organizar o trabalho de busca e resgate e lidar adequadamente com as consequências.

O presidente chinês  também determinou nomear os membros do Conselho de Estado para descobrir a causa do acidente o mais rápido possível, fortalecer a investigação dos riscos de segurança na aviação civil e garantir a segurança absoluta das operações da aviação e da vida das pessoas.

O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, em uma declaração em separado, exigiu esforços máximos para procurar sobreviventes, fazer todo o possível para tratar os feridos, lidar adequadamente com as consequências e consolar as famílias das vítimas.

Li pediu às autoridades que publiquem informações de maneira factual, oportuna e precisa, investiguem seriamente a causa do incidente e tomem medidas fortes para fortalecer a gestão da segurança da aviação civil.

Seguindo as instruções, grupos de trabalho de departamentos relacionados foram enviados para orientar o tratamento do incidente.

Companhia aérea ativou protocolos de emergência depois da queda da aeronave

A China Eastern Airlines ativou os mecanismos de resposta a emergências depois que o avião de passageiros com 132 pessoas a bordo caiu nesta segunda-feira (21). Havia 123 passageiros e nove tripulantes.

Uma equipe de trabalho partiu para o local do acidente na cidade de Wuzhou, região autônoma de Guangxi Zhuang, no sul da China.

A companhia aérea suspendeu o voo de todas as aeronaves Boeing 737-800 após o acidente.

As ações da Boeing caíram nesta segunda-feira depois da queda do jato 737 no sul da China. As ações da fabricante de aviões caíram 7,8 % nas negociações de pré-mercado depois da queda do jato na Região Autônoma de Guangxi Zhuang.

Boeing no centro de mais um acidente aéreo 

O acidente com mais um avião da Boeing reacendeu a polêmica que é retratada pelo documentário “Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing” (Downfall: The Case Against Boeing), disponível na plataforma de streaming Netflix. 

O longa com 1h29 de duração foi lançado neste ano. É dirigido por Rory Kennedy e explora a catástrofe antes da catástrofe: acidentes resultantes de uma empresa que cedeu ao capitalismo puro e duro ao custo da segurança dos equipamentos.

Dois acidentes são narrados pelo filme. As tragédias ocorreram em outubro de 2018 e em março de 2019 – um número altíssimo dentro do universo da aviação. O primeiro envolveu uma aeronave da Lion Air, enquanto o segundo, na Ethiopian Airlines; ambos unidos por um mesmo tipo de avião intitulado 737 MAX. 

A Boeing do capitalismo financeiro começa em 1997, quando a companhia compra a McDonnell Douglas e absorve um conselho mais preocupado com o dinheiro do que com a cultura de segurança. A empresa deixa para trás o legado da engenharia e abarca um monstro corporativo que deixava os acionistas felizes porque sempre havia lucros e gordos dividendos.

Confira o trailer:

 

Sem aumento da taxa de juros na China

A China manteve a taxa de juros de referência para empréstimos corporativos e familiares inalterada em relação ao mês anterior. A medida atende as expectativas do mercado, como mostraram dados do Centro Nacional de Financiamento Interbancário (NIFC) nesta segunda-feira (21).

A taxa primária de empréstimo de um ano (LPR), uma taxa de empréstimo de referência baseada no mercado, foi mantida em 3,7%, enquanto a LPR de mais de cinco anos, na qual muitos credores baseiam suas taxas de hipoteca, permaneceu em 4,6%.

Mais da metade dos traders e analistas consultados em uma pesquisa da Reuters na semana passada esperavam que a China mantivesse ambas as taxas inalteradas. Os mercados agora esperam amplamente que os formuladores de políticas retomem a flexibilização monetária em breve para reviver a economia.

Aumento na geração de energia solar e eólica

A capacidade instalada da China para gerar energia eólica e solar aumentou nos dois primeiros meses do ano. Os resultados refletem o objetivo do país de acelerar os esforços para alcançar a neutralidade de carbono.

De acordo com dados da Administração Nacional de Energia divulgados nesta segunda-feira (21), no período de janeiro a fevereiro, a capacidade instalada de energia eólica saltou 17,5% ano a ano, atingindo 330 milhões de quilowatts. 

Já a capacidade instalada de energia solar atingiu 320 milhões de quilowatts durante o período, um aumento de 22,7% em relação ao ano anterior.

No final do mês passado, a capacidade total de geração de energia instalada da China era de 2,39 bilhões de quilowatts, um aumento de 7,8% ano a ano.

A segunda maior economia do mundo anunciou que se esforçará para atingir o pico de emissões de dióxido de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060.

Para esse fim, a China pretende aumentar gradualmente a participação do consumo de energia não fóssil para cerca de 20% até 2025, cerca de 25% até 2030 e mais de 80% até 2060, de acordo com um documento divulgado pelo Comitê Central do Partido Comunista da China e o Conselho de Estado.