Nesta terça-feira, o premiê britânico Rishi Sunak anunciou a dissolução do parlamento e o anúncio de novas eleições para a Câmara dos Comuns em 4 de julho de 2024.
O parlamentar de direita e primeiro-ministro demissionário reconheceu que a situação do governo era insustentável após as eleições municipais que tiveram uma vitória avassaladora da esquerda.
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Quem deve assumir o posto de premiê britânico após 4 de julho é o trabalhista Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista e figura proeminente na política da Terra do Rei.
As pesquisas sugerem uma vantagem significativa para o Partido Trabalhista nas próximas eleições gerais no Reino Unido, prevendo-se que o partido obtenha uma maioria substancial na Câmara dos Comuns.
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De acordo com várias diferentes projeções, espera-se que o Labour garanta um número significativo de assentos, potencialmente até uma maioria de mais de 300 assentos.
A média destas pesquisas indica que os Trabalhistas provavelmente ganharão cerca de 45-50% dos votos, enquanto os Conservadores deverão receber cerca de 20-25% dos votos.
Essa é a primeira vantagem consistente que os Trabalhistas tem desde 2010, quando David Cameron venceu Gordon Brown e, 14 anos depois, o labour deve voltar ao poder na 10 Downing Street.
Com isso, já está praticamente definido quem será o próximo premiê britânico. A pergunta que nos resta, portanto, é: quem é Keir Starmer?
Quem é Keir Starmer
Sir Keir Rodney Starmer, serve como Líder do Partido Trabalhista e Líder da Oposição desde abril de 2020, assumindo depois do esquerdista Jeremy Corbyn. Antes de ser político, foi advogado.
Oriundo de uma família de trabalhadores, Starmer teve destaque na vida acadêmica. Estudou direito na Universidade de Leeds e depois em Oxford.
Ingressou na Ordem dos Advogados em 1987 e se especializou em direitos humanos. Rapidamente, construiu uma reputação por seu compromisso com setores sociais.
Em 2002, Starmer foi nomeado Conselheiro da Rainha, uma marca de distinção entre advogados. Ganhou notoriedade por trabalhar na Convenção Europeia dos Direitos Humanos. Depois assumiu a procuradoria geral, durante a administração de Tony Blair.
Foi neste cargo em que ele tomou a decisão de não processar criminalmente os policiais envolvidos no assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes no metrô de Londres.
Na política
Depois, ele entrou de cabeça na política sendo eleito parlamentar trabalhista em maio de 2015. Como backbencher, Starmer rapidamente fez impacto, particularmente em questões de direitos humanos e justiça.
Ele foi nomeado por Jeremy Corbyn para o Gabinete da Oposição em outubro de 2016 como Secretário de Estado Sombra para a Saída da União Europeia.
Nesse cargo, ele defendeu uma abordagem pragmática para o Brexit, enfatizando a necessidade de o Reino Unido permanecer alinhado com os padrões da UE sobre direitos dos trabalhadores, proteções ambientais e padrões de consumo.
Após a derrota do Partido Trabalhista nas eleições gerais de 2019, Jeremy Corbyn anunciou sua renúncia como líder do partido. Starmer anunciou sua candidatura em janeiro de 2020, posicionando-se como uma figura unificadora capaz de levar o partido de volta ao poder. Ele venceu a disputa pela liderança em abril de 2020 com 56,2% dos votos.
Starmer representou uma guinada à direita dentro da política trabalhista britânica, sendo uma figura bastante parecida com Tony Blair e Gordon Brown, que fizeram políticas econômicas liberais e continuaram o legado dos conservadores no país.
Principais ideias
Keir Starmer é um ávido sionista, tendo sido um defensor enfático das atitudes do governo israelense até maio deste ano, quando pediu um cessar-fogo após muita pressão interna do seu próprio partido.
Ele é conhecido por fazer uma "oposição sutil" aos conservadores e não gosta do confronto direto, sendo visto por muitos como um conciliador.
Ele é um opositor bastane crítico de Jeremy Corbyn e deve manter o alinhamento total de Rishi Sunak aos EUA, incluindo o apoio à Ucrânia, à independência de Taiwan e o apoio ao sionismo.
No âmbito do Brexit, Starmer deve voltar a aproximação com a União Europeia e deve manter a linha dura contra imigrantes ilegais, tentando regularizar ao máximo a política sobre o tema.