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Primeiro-ministro do Reino Unido dissolve parlamento; esquerda pode voltar ao poder

Sunak, o líder conservador, vai disputar novo mandato, mas pesquisas apontam favoritismo dos trabalhistas

Primeiroministro do Reino Unido dissolve parlamento; esquerda pode voltar ao poder.Créditos: Reprodução redes sociais
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O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador Rishi Sunak, dissolveu o Parlamento nesta quarta-feira (22) e convocou novas eleições para o dia 4 de julho. 

As eleições, pelo calendário oficial, deveriam ocorrer em janeiro de 2025. Sunak não informou se vai disputar um novo mandato, mas caso resolva ir ao pleito, o Reino Unido deve ter o seu quarto primeiro-ministro no período de dois anos, visto que as pesquisas indicam favoritismo dos Trabalhistas, que podem voltar ao poder depois de 14 anos.

A convocação de novas eleições, segundo o The Guardian, pegou todo mundo de surpresa. De acordo com a publicação inglesa, a estratégia de Sunak é aproveitar os bons dados econômicos e renovar a sua liderança à frente do Partido Conservador.

“Esta estabilidade econômica duramente conquistada sempre foi apenas o começo. A questão agora é como e em quem você confia para transformar essa base em um futuro seguro para você, sua família e nosso país. Este é o momento para a Grã-Bretanha escolher seu futuro, decidir se queremos construir com base no progresso que fizemos ou arriscar voltar à estaca zero”, declarou Rishi Sunak em seu perfil no X (antigo Twitter).

No entanto, a jogada de Sunak é arriscada, visto que as recentes pesquisas indicam que o atual líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, é o favorito para vencer as eleições. Pesquisas indicam que os Trabalhistas devem voltar ao poder no Reino Unido.

Pesquisas indicam volta dos Trabalhistas ao poder

Uma pesquisa feita pelo instituto Survation MRP a pedido do jornal The Sunday Times e divulgada na última semana mostra que os Tories, ou conservadores, devem sofrer uma derrota acachapante para o Partido Trabalhista nas eleições para o parlamento britânico, quebrando uma hegemonia que era mantida desde que o Brexit entrou em vigor, em 2020.

Naquele ano tomaram posse os eleitos em 2019 e os conservadores tinham quase 50% das cadeiras. Conseguiram eleger sucessivamente três primeiros-ministros: Boris Johnson, Liz Truss e Rishi Sunak, que está no cargo atualmente.

Caso as projeções se confirmem em novembro, quando as eleições devem ser realizadas, os conservadores dificilmente conseguirão eleger o primeiro-ministro do país como nas últimas ocasiões. Entre as explicações para a queda de popularidade dos conservadores estaria o Partygate, o escândalo das festas que Boris Johnson e seus aliados deram durante a pandemia e que veio a público no final de 2021.

De acordo com a pesquisa, se as eleições fossem nesse mês, os conservadores sairiam de 365 cadeiras na Câmara dos Comuns, para apenas 98. A perda representa 267 cadeiras, de um total de 650 disponíveis na casa legislativa.

E para piorar a situação da direita britânica, ao passo que perdem 267 cadeiras, o Partido Trabalhista ganharia 266. Os progressistas então sairiam de 203 cadeiras na atual legislatura para 468, e controlariam 72% da Câmara dos Comuns. Provavelmente elegeriam um dos seus quadros como primeiro-ministro. O socialista Jeremy Corbyn é um nome que ganha força após a pesquisa.

Os conservadores não conseguiriam absolutamente nenhuma cadeira na Escócia e no País de Gales. Nesses países, o Plaid Cymru, partido galês, perderia duas das suas quatro cadeiras atuais. E o Partido Nacional da Escócia sairia de 48 cadeiras para 41. O Partido Verde, por sua vez, perderia sua única representação.

Por outro lado, além dos trabalhistas, quem sairia vitorioso seriam os liberais democratas. O partido dobraria suas cadeiras, saindo de 11 e indo para 22.

A pesquisa ouviu 15 mil eleitores britânicos. Marcadas para o final do ano, as eleições ainda não têm uma data confirmada.