Nesta terça-feira (21), o presidente da Argentina Javier Milei publicou seu novo livro “Capitalismo, socialismo y la trampa neoclásica” (Capitalismo, socialismo e a armadilha neoclássica, em tradução livre).
Porém, segundo informações do periódico Noticias, a obra contém diversos trechos plagiados, inclusive de um pesquisador do Conicet, órgão de ciência e pesquisa estatal argentino que está na mira da motosserra de Milei.
Te podría interesar
Mas na página 265, das mais de 300 que o livro tem, Milei explica que:
“Nos modelos de ciclo real, as flutuações da produção agregada e do emprego não são manifestações de falhas de coordenação nos mercados ou de rigidezes de preços, mas o resultado natural de uma economia competitiva em equilíbrio, em que indivíduos racionais tomam decisões ótimas de alocação intertemporal dos recursos em resposta a perturbações estocásticas (com incerteza) na função de produção. Não há, portanto, lugar para as políticas de estabilização".
Te podría interesar
O trecho é exatamente igual ao do artigo “La teoría del ciclo real de los negocios y su interpretación sobre el mercado laboral”, do economista Fernando Toledo, ligado ao Conicet.
Depois, para falar sobre teoria quantitativa do dinheiro, Milei utiliza trechos inteiros do artigo “Demanda por dinero: Teoría, evidencia, resultados”, escrito no ano 2000. Segundo o Noticias, foram cerca de dez parágrafos copiados na íntegra.
Na sequência, ele teria copiado diferentes artigos do site Studocu, que reúne diferentes anotações de estudantes ao redor do mundo e aulas de professores, afirma o periódico.
Não é a primeira vez
As acusações sobre o novo livro de Milei não são as primeiras que recaem sobre o presidente no âmbito do plágio. Milei copiou parágrafos inteiros de um artigo acadêmico de 2014 escrito por três cientistas mexicanos em seu livro "Pandenomics" publicado em 2020, sem permissão nem atribuição. Ele até manteve o uso da primeira pessoa "observamos, sublinhamos, nos perguntamos" no texto.
Segundo acusações do Ámbito, Milei também copiou o texto de vários economistas da Escola Austríaca, como Ludwig von Mises, Murray Rothbard e F.A. Hayek, em suas colunas de opinião publicadas no El Cronista.