O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, usou um discurso durante as comemorações do Primeiro de Maio para anunciar que seu país romperá relações diplomáticas com Israel "amanhã".
Na fala, ele argumentou: "Há uma palavra que justifica a necessidade da vida, da rebelião, do desfraldar de bandeiras e da resistência. Essa palavra é Gaza".
Te podría interesar
Bolívia e África do Sul já tinham suspendido anteriormente suas relações diplomáticas com Israel.
Bahrein, Belize, Chade, Chile, Honduras, Jordânia e Turquia retiraram seus embaixadores em protesto contra a ofensiva israelense em Gaza.
Na sua fala, Gustavo Petro mencionou as crianças palestinas "desmembradas" pelos bombardeios de Israel, que nesta quinta-feira completam 209 dias ininterruptos:
Os tempos de genocídio, de extermínio de um povo inteiro não podem passar diante dos nossos olhos, diante da nossa passividade. Se a Palestina morrer, a Humanidade morre.
"ANTISSEMITA"
Israel Katz, o ministro das Relações Exteriores do governo de Israel, acusou Petro de ser "antissemita".
A história lembrará que Gustavo Petro escolheu ficar ao lado dos monstros mais abomináveis conhecidos pelo homem, que queimaram bebês, mataram crianças, estupraram mulheres e sequestraram civis inocentes
Katz é o mesmo que usou o X para atacar o presidente Lula quando o líder brasileiro comparou a situação dos palestinos à vivida pelos judeus sob Hitler.
Em Deir el-Balah, na região central de Gaza, um grupo de palestinos fez uma manifestação para agradecer aos estudantes que estão protestando e pedindo cessar-fogo, especialmente nos Estados Unidos.
Catherine Russell, a chefe da UNICEF, postou no X que a situação das crianças em Rafah é dramática:
Quase todas as 600 mil crianças agora amontoadas em Rafah estão feridas, doentes, desnutridas, traumatizadas ou vivendo com carências.
Ainda assim, o governo de Benjamin Netanyahu tem dito em público que pretende fazer uma ofensiva terrestre contra a cidade para "eliminar o Hamas".
EQUILIBRISMO
Em mais um ato de equilibrismo entre sua base política e o lobby de Israel, o presidente Joe Biden deve fazer um discurso denunciando o antissemitismo no Dia da Lembrança do Holocausto declarado pelo Congresso dos EUA, em 6 de maio.
Biden busca justificar a feroz repressão das polícias locais contra estudantes universitários em dezenas de instituições.
De acordo com levantamento do diário Washington Post, 1.300 estudantes já foram presos em campi do país -- e o movimento que eles lideram vem sendo criminalizado por lideranças republicanas e democratas.
É a reprise de 1968, quando o movimento estudantil encabeçou a revolta contra a guerra do Vietnã e foi vendido pela mídia como "radical". Décadas depois, passou a ser celebrado em livros e filmes, quando já não representava ameaça ao status quo.