Donald Trump, o ex-presidente de extrema direita dos EUA já está no Tribunal de Manhattan, em Nova York, nesta segunda-feira (15), para responder ao processo que o acusa de comprar o silêncio de uma atriz pornô com quem teve um caso antes das eleições de 2016, que ele venceu.
A saída do ex-presidente da Trump Tower rumo ao tribunal teve aceno para seguidores e bravatas, como manda protocolo tácito de líderes de extrema direita. Ele se arrumou, com um terno azul e gravata vermelha que faz referência às cores do Partido Republicano, para encontrar com centenas de apoiadores ainda na porta do prédio.
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Trump acenou para os seguidores e foi para o tribunal. Chegando lá, foi para a Corte que tomou seu depoimento. Ele é acusado de falsificar registros financeiros da sua campanha de 2016 com o objetivo de encobrir uma relação extraconjugal com a atriz pornô conhecida como Stormy Daniels a partir de 2006.
O ex-presidente disse em pleno tribunal que as acusações que pesam contra ele são, na verdade, ataques aos próprios Estados Unidos. “Isso é um ataque aos EUA. E é por isso que estou muito orgulhoso de estar aqui. É um ataque contra o nosso país, e é um país que está falhando”, afirmou.
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Mas o que Trump disse durante a audiência foi apenas uma parte do discurso conspiratório emitido ao longo do dia. Mais cedo ele divulgou uma nota em que culpa os “democratas radicais” e o chamado “deep state” (Estado profundo) pelos processos que responde. Também convocou seus apoiadores para votarem nas eleições de novembro, em que ele é pré-candidato.
“Os processos são apenas um plano de democratas radicais do deep state para vir atrás de você – e eu sou a única coisa que está impedindo isso”, conspirou em nota.
Trump ainda tem replicado suas bravatas quando fala sobre as testemunhas do caso. Michael Cohen, seu assessor, teria pago 130 mil dólares para que Stormy Daniels mantivesse silêncio sobre o caso. Mais tarde, já eleito, Trump teria reembolsado o assessor com depósitos de sua empresa que simulavam despesas comuns. Trump acusa Cohen e Daniels de mentirem e diz que Alvin Bragg, o juiz do caso, está praticando “caça às bruxas” ao dar prosseguimento ao processo.
Falsificar registros financeiros é considerada uma contravenção segundo as leis de Nova York. No entanto, pode configurar crime caso esteja encobrindo um segundo delito. É o caso. E Trump pode até sair preso dessa. Nesta segunda-feira (15) está sendo feita a escolha do júri, e o julgamento pode se estender por até 6 meses conforme apontam os meios de comunicação.
No entanto, de acordo com a lei americana, mesmo se for preso e condenado ele poderá, ainda assim, ser candidato à presidência dos EUA. Uma condenação não o impede de concorrer à Casa Branca mas deve, em todo caso, gerar impacto político negativo sobre a sua candidatura.
Por isso, Trump tenta ‘se vacinar’ de um possível revés recolocando em pauta, entre seus apoiadores, o Q-Anon. A teoria conspiratória em que ele, The Donald, seria a única pessoa capaz de salvar o mundo da terrível governança “liberal” do Partido Democrata e grupos políticos correlatos. A aposta é numa narrativa que rebata diante dos seus apoiadores a possível condenação.