ELEIÇÕES 2024

Em campanha, Trump reedita discurso de ódio e chama imigrantes de “animais não humanos”

O candidato de extrema direita aposta no racismo como resposta às crises globais para agitar apoiadores; Eleições dos EUA estão marcadas para novembro

Donald Trump, ex-presidente dos EUA..Créditos: Reprodução/X
Escrito en GLOBAL el

O ex-presidente de extrema direita dos EUA, Donald Trump, já está em campanha para voltar à Casa Branca e mostra que vai reeditar a mesma retórica baseada em discursos de ódio contra imigrantes para agitar os seus apoiadores. Candidato do Partido Republicano, ele terá como adversário o democrata Joe Biden, atual mandatário, nas eleições de 5 de novembro.

Nesta terça-feira (2), The Donald esteve no estado do Michigan, onde discursou. Entre os seus temas favoritos, como já é de conhecimento público, falou sobre os imigrantes indocumentados, tratados por ele como 'ilegais'.

Trump culpa os cidadãos de países pobres, sobretudo aqueles da América Latina que buscam melhores condições nos EUA, por uma hipotética situação de 'violência e caos' que pode tomar conta dos EUA caso as fronteiras não sejam fechadas e essas populações expulsas.

"Os democratas dizem ‘por favor, não os chame de animais, eles são humanos’. Eu digo: ‘Não, eles não são humanos, são animais’", disparou Trump para os eleitores que o acompanhavam.

Ele usou o caso Laken Riley como base de seu argumento. Trata-se de uma moça de 22 anos, estudante de enfermagem, que foi assassinada. Supostamente, ainda não foi confirmado, ela teria sido morta por um venezuelano que estaria vivendo no país sem documentos.

No entanto, como tudo o que parte das narrativas da extrema direita, a ideia de que imigrantes indocumentados seriam ‘fábricas de crimes violentos’ não tem qualquer fundamento científico. Estudos publicados pelas universidades americanas apontam, em todos os casos, que a incidência de crimes violentos cometidos por essa população é semelhante ao que se registra nos demais setores da sociedade.

Mas o imigrante indocumentado, que sequer pode vir a público se defender sob o risco de ser deportado, é o espantalho ideal para jogar a culpa pelas rebarbas das crises globais que chegam aos EUA e são vividas pelas classes média e trabalhadora americanas. Dificilmente os anos dourados do império retornarão, então é preciso culpar alguém para obter a unidade nacional necessária em torno de um projeto que irá promover um fechamento maior do país em relação ao restante do mundo, sob o pretexto de ‘salvar empregos’.