ESTADOS UNIDOS

Qual o apelido que Stormy Daniels, a atriz pornô que processa Trump, lhe deu

Ex-presidente de extrema direita está em Nova York, onde responde às acusações da atriz; Na Geórgia tramita outro processo que pode complicá-lo nas eleições presidenciais

Stormy Daniels e Donaldo Trump.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
Escrito en GLOBAL el

O ex-presidente dos Estados Unidos e atual pré-candidato às eleições presidenciais, Donald Trump, está em Nova York nesta quinta-feira (15) para participar de outra audiência referente ao caso em que é acusado de subornar a atriz pornô Stormy Daniels em troca do seu silêncio. Apelidado por ela de “Minúsculo”, o republicano teria mantido um relacionamento com a moça antes das eleições que venceu, em 2016. A divulgação do “affair” para os meios de comunicação poderia prejudicá-lo na campanha à época.

A defesa de Trump chegou a pedir o arquivamento do caso, mas o juiz Juan Merchan, responsável pelo caso, negou o pedido. O julgamento agora está marcado para o próximo dia 25 de março.

A atriz nasceu em 1979 no estado da Louisiana e foi batizada como Stephanie Clifford. O seu nome artístico é uma junção do nome do baixista Nikki Sixx, Storm, e uma homenagem ao uísque Jack Daniels. Além de ser uma atriz de grande porte na indústria do cinema pornográfico estadunidense, Stormy trabalha com a produção de roteiro e escrita.

Segundo informações da BBC, a história de Trump e Daniels começa a se cruzar a partir do ano de 2006. Daniels afirma que conheceu Trump em um torneio de golfe beneficente em Lake Tahoe, uma área de resorts localizada entre a Califórnia e Nevada.

Em entrevista à revista In Touch Weekly, Daniels afirma que Trump a convidou para jantar em um quarto de hotel e que os dois teriam transado. Porém, o ex-presidente nega. Posteriormente, Stormy afirma que foi ameaçada e que não deveria falar mais sobre a história dela com Trump.

A relação entre eles foi parar na Justiça depois que reportagem publicada pelo Wall Street Journal, em 2018, afirma que o então advogado de Trump, Michael Cohen, em outubro de 2016, ou seja, um mês antes da eleição dos EUA, fez um pagamento (suborno) de US$ 130 mil a Daniels, para que ficasse em silêncio.

O pagamento em si não seria ilegal se Trump não tivesse reembolsado Cohen, pois, o registro do pagamento foi por honorários advocatícios. Para os promotores de Nova York, a falsificação configura uma contravenção no Estado. Além disso, também pode ser alegado que Trump violou as regras eleitorais.

Analistas políticos da imprensa estadunidense consideram que dificilmente Trump será preso, porém, ele pode ser convocado para depor no Tribunal e isso pode desgastar a sua imagem, o que não é nada bom para alguém que é pré-candidato à presidência em eleições que ocorrem dentro de alguns meses.

Pesquisa Ipsos

Divulgada na última quarta-feira (14), uma pesquisa do Instituto Ipsos encomendada pela Agência Reuters, mostra o democrata Joe Biden em empate técnico com Trump nas intenções de votos para a Casa Branca. O dado contrária a tendência verificada anteriormente, em que Trump liderava com folga e apresentava viés de alta.

Dessa vez, Biden aparece com 34% das intenções de votos e Trump com 37%, uma diferença de exatos 2,9 pontos percentuais que os coloca em empate técnico. Há ainda 12% de estadunidenses que pretendem votar em terceiros candidatos, os chamados nanicos, e 10% disseram que sequer pretender ir votar. Há cerca de 7% de eleitores ainda indecisos segundo a pesquisa, que devem ser disputados pelas campanhas.

A pesquisa Reuters/Ipsos demonstrou ainda que um quarto dos eleitores republicanos não votarão em Trump se ele receber uma condenação por fato grave até a eleição, ao passo que metade dos "independentes" (aqueles que poderiam votar num candidato republicano ou democrata) também deixaram de escolher o extremista de direita pelo mesmo motivo.

A reviravolta, que recoloca Biden na disputa, teria como explicação justamente a devassa judicial vivida pelo republicano, que desgasta sua imagem.

Outro caso que pode atrapalhar Trump

Saindo de Nova York e indo para o estado da Geórgia, no Sul dos EUA, um outro processo promete atrapalhar os planos eleitorais de Trump. Nesta mesma quinta-feira (15) está em curso na Justiça local uma audiência probatória sobre as tentativas do republicano e aliados de anular os resultados eleitorais de 2020. Seu objetivo seria reverter a vitória de Biden e se manter no poder e, assim como aqui no Brasil de Bolsonaro, inúmeras teorias conspiratórias sobre as urnas foram criadas e difundidas pela extrema direita.

Em 19 de dezembro ele foi declarado inelegível pela Justiça do estado. Mas contra atacou e agora sua defesa tenta desqualificar os promotores do caso, forçando um arquivamento.

Acontece que Fani Willis, a promotora do condado de Fulton responsável pelo caso, e Nathan Wade, o promotor contratado por ela para a condução das investigações, reconheceram no último mês, em outro processo judicial [que mira Michael Roman, ex-funcionário da campanha de Trump], que começaram um relacionamento.

Os advogados de Roman e de outros réus, entre eles Trump, tentam desqualificar os promotores. Alegam que Wade recebeu 650 mil dólares desde 2021 quando foi contratado e que, desde então, teria gastado parte da verba com a nova namorada, a promotora Willis. Ela afirma que o relacionamento teria começado após a contratação de Wade e que seu companheiro não tem relação com o caso de Roman.

É justamente essa argumentação das defesas de Roman e de Trump que a Justiça da Geórgia agora avalia. Se não atender ao pedido das defesas, a situação pode desgastar ainda mais o ex-presidente. Ao todo, ele responde a 91 acusações criminais.