GUERRA NA PALESTINA

Diplomacia da lacração: após Lula, chanceler de Israel ataca secretário da ONU nas redes

Em meio às atrocidades do exército sionista, Israel Katz acusa Antonio Guterres de silenciar sobre suposta violência sexual em ação do Hamas. Agência da ONU acusa governo de Netanyahu de torturar seus funcionários.

Antonio Guterres e Israel Katz.Créditos: Rede X / Antonio Guterres e Israel Katz
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Enquanto o governo sionista de Benajmin Netanyahu leva adiante o extermínio em Gaza, o chanceler israelense, Israel Katz, segue com a diplomacia da lacração, buscando constranger e pressionar autoridades mundiais que se colocam contra o genocídio da população palestina.

Após uma série de ataques contra o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pela declaração ligando o genocídio palestino à matança de judeus promovida por Adolph Hitler na Alemanha nazista, Katz agora voltou sua artilharia para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterrez.

Katz convocou para consultas o embaixador israelense nas Nações Unidas, Gilad Erdan, ao acusar Guterres de "silenciar" um relatório da enviada especial da ONU, Pramila Patten, com acusações de violência sexual durante os ataques do grupo palestino Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023.

"O Secretário-Geral das Nações Unidas Antonio Guterres levou a organização ao nível mais baixo quando ignora crimes terríveis contra a humanidade cometidos contra judeus e israelitas e se envolve constantemente em tentativas de desacreditar Israel e prejudicar o seu direito à autodefesa. Faremos tudo para evitar que ele e seus amigos esqueçam o relatório e evitem as decisões necessárias", disparou Katz nesta terça-feira (5) nas redes sociais.

Nesta segunda-feira (4), após as acusações de Katz, Guterrez escalou seu porta-voz, Stéphane Dujarric, para rebater as falas do sionista.

Dujarric assegurou à Agência AFP que "em nenhuma circunstância o secretário-geral fez algo para ocultar este relatório".

Os ataques à Guterrez fazem parte da estratégia da máquina de propaganda sionista de desviar o foco das atenções ao genocídio e à ação violenta e criminosa do Exército de Israel, que foi duramente criticado após abrir fogo e matar mais de 100 palestinos que buscavam comida em caminhões de ajuda humanitária.

Também nesta segunda, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) acusou Israel de torturar funcionários da própria ONU para que confessassem relação entre a organização e o Hamas.

“Alguns de nossos funcionários relataram às equipes da UNRWA que eles foram forçados a fazer confissões sob tortura e maus tratos. Essas falsas confissões foram em resposta a questões sobre as relações entre a UNRWA e o Hamas, assim como seu envolvimento com o ataque de 7 de outubro contra Israel”, afirmou, em comunicado, a porta-voz da UNRWA, Juliette Touma.

Bandeira palestina

Durante discurso na Conferência Nacional de Cultura, realizada em Brasília, Lula voltou a subir o tom contra Israel ao dizer que "o que está acontecendo no mundo é uma verdadeira guerra de mentiras, de ódio e de ofensas" e destacou o poder da Cultura para mudar os rumos políticos e sociais.

"A Cultura tem uma força incomensurável. Por isso eles querem acabar com a Cultura. Ontem o Caetano Veloso levantou a bandeira da Palestina. Vocês estão lembrado, há 20 dias, como eu apanhei porque eu falei da Palestina? Como eu sou um cara católico, que crê em Deus, e acho que Deus escreve certo por linhas tortas, com o tempo a gente vai provar que eu estava certo. Eu estava certo", disparou Lula. 

Na sequência, o presidente ainda citou o recente ataque de Israel contra um grupo de pessoas que buscava ajuda humanitária na Faixa de Gaza. 

"O povo palestino tem o direito de viver e criar o seu país. Você não pode fazer o que foi feito, anunciar comida e mandar torpedo, mandar morte, mandar bala para aquelas pessoas. Até quando a gente vai ter medo? Até quando a gente vai se curvar?". 

Ao final, o presidente brasileiro posou com uma bandeira palestina.