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Por que França e Polônia estão falando em mandar tropas à Ucrânia?; entenda

Papa Francisco diz que Ucrânia não deve temer negociações

Pelos ares.A explosão do que seriam dois lançadores Patriot, cedidos à Ucrânia pelos Estados Unidos.Créditos: Reprodução de vídeo
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"A presença de tropas da OTAN na Ucrânia não é impensável", postou no X o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, em apoio às declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, que não descartou o envio de soldados franceses à Ucrânia.

Eles desempenhariam funções longe da frente de batalha.

As declarações devem ser vistas com uma pitada de sal, uma vez que a própria OTAN descartou a ideia.

Trata-se de uma advertência à Rússia, cujos planos depois de dois anos de conflito foram descritos pelo vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional, Dmitry Medvedev: conquistar Kiev para "desnazificar" a Ucrânia.

Um colapso completo das defesas ucranianas parece distante.

Porém, desde que conquistaram Avdiivka as tropas russas fizeram avanços significativos se consideradas as posições praticamente estáticas na frente de 900 quilômetros.

Rebatendo a ideia, o New York Times disse que a ofensiva russa "perdeu força".

PATRIOTS E HIMARS

A mídia russa, porém, geralmente emudecida sobre a guerra na Ucrânia, vem detalhando avanços nos últimos dias e oferecendo vídeos geolocalizados como prova.

De acordo com o Russia Today, tropas de Moscou conquistaram parcialmente os vilarejos de Orlovka e Tonenkoye -- sugerindo que a Ucrânia foi incapaz de estabilizar a frente na região.

A revista Forbes, insuspeita quando se trata do conflito, confirmou que a Rússia destruiu dois lançadores de mísseis anti-mísseis Patriot pela primeira vez desde o início do que Moscou define como "operação militar especial".

Os Patriot estariam em movimento para defender o vilarejo de Berdychi, onde os russos dizem ter destruído três tanques M1 Abrams, fornecidos pelos Estados Unidos.

Os Patriot e outros sistemas de defesa da Ucrânia são considerados essenciais para o enfrentamento da superioridade aérea russa na guerra.

Os ucranianos alegam que derrubaram nove caças e bombardeiros russos em dez dias, além de um avião radar.

Não há como confirmar as informações fornecidas pelos dois lados em guerra de forma independente.

A Rússia divulgou imagens da destruição de um lançador móvel em Dobropolye. Trata-se de um HIMARS, fornecido pelos Estados Unidos, que lança foguetes com alcance de 300 quilômetros.

No sábado, 9, o papa Francisco deu uma declaração controversa à TV pública da Suiça:

Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, você tem que ter coragem de negociar.

O alarme já havia soado na edição mais recente da influente revista Foreign Affairs:

Depois de capturar a cidade em ruínas de Avdiivka, as forças russas avançam de forma intermitente em outras áreas ao longo da frente. As vantagens russas em termos de mão-de-obra, material e produção aumentaram no ano passado, enquanto as entregas de munições dos EUA foram estranguladas e correm o risco de serem reduzidas devido a um impasse sobre o financiamento no Congresso. Os fornecimentos de munições essenciais para as unidades ucranianas da linha da frente estão diminuindo e os soldados são forçados a racionar. Algumas unidades estão enfrentando uma escassez significativa de mão de obra.

É neste contexto que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, passou a trabalhar em estratégias paralelas: de um lado, conseguir às pressas armas e munições de países da OTAN; de outro, retomar negociações com Moscou.

Há pouco que ele possa fazer para sanar a maior dificuldade da Ucrânia no momento: a falta de homens para recrutar. A redução da idade de recrutamento não passou pelo Parlamento ucraniano, por causa do custo político que solaparia a base social do governo.

Por isso, Zelensky conta com as ameaças da OTAN para que a Rússia não avance em direção a Kiev.