Desde dezembro do ano passado, diversas acusações tem ressoado contra os houthis, grupo rebelde do Iêmen que tem atacado os navios israelenses no Mar Vermelho.
A mais recente delas e que ganhou tração nas redes sociais nos últimos dias é um possível ataque da milícia do Ansar Allah contra os cabos de rede que conectam a internet entre a Ásia, a África e a Europa.
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As especulações começaram no fim de dezembro do ano passado, quando um grupo de Telegram pró-Ansar Allah publicou uma imagem com os cabos submarinos de rede que passam pela internet.
Porém, o grupo não era oficial do Ansar Allah e nenhuma informação do tipo foi reforçada pelo partido dos Houthis do Yemen.
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Isso não impediu organizações como o Fórum Internacional do Golfo e o Middle East Eye, dois órgãos pró-EUA com enfoque no Oriente Médio, afirmarem que os houthis planejam realizar um ataque do tipo.
Caso destruíssem os cabos de rede conectados via Mar Vermelho, as telecomunicações globais entre Europa, Ásia e África seriam duramente afetadas. A imprensa estadunidense e o brasileiro O Globo replicaram a notícia.
O Ministério das Telecomunicações do Iêmen negou. "O órgão sublinha que pretende manter os cabos submarinos de telecomunicações afastados de quaisquer possíveis riscos e que a decisão do Iêmen em Sana'a de proibir a passagem de quaisquer navios pertencentes ao inimigo israelense não se aplica aos navios das empresas licenciadas pelo Governo do Iêmen para executar as obras submarinas de cabos submarinos. Todos os navios que executam as obras dos cabos submarinos devem obter as licenças e aprovações necessárias da Autoridade de Assuntos Marinhos do Iêmen - Sana'a", afirma.
Ou seja: a meia-verdade que baseia a notícia é o fato de que apoiadores houthis podem, talvez, ter sugerido dano ao cabo submarino que passa pelo Mar Vermelho. De resto, nada.
Os cabos submarinos carregam quantidades imensas de dados e meses seriam necessários para restabelecimento de suas atividades após um ataque.
A intenção do informe seria criar terror e transformar os houthis num grupo terrorista internacional para justificar mais ataques contra o país mais pobre do Oriente Médio.
Os houthi têm bloqueado economicamente a passagem marítima do Mar Negro, causando prejuízos ao comércio global em defesa de Gaza, mas não prometem acabar com a internet global.