Os houthi, também chamados Ansar Allah [Apoiadores de Deus], declararam guerra a Israel neste 31 de outubro e anunciaram uma série de ataques ao país.
De acordo com a agência notíciais Saba, do Iêmen, o brigadeiro general Yahya Saree anunciou "o lançamento de um grande lote de mísseis balísticos e alados, e um grande número de drones, contra vários alvos do inimigo israelense nos territórios ocupados".
Os houthi são seguidores do zaidismo, uma vertente do islã xiita. Contam com o apoio do Irã.
Na guerra civil do Iêmen, controlam Saná, a capital e pouco menos de um terço do território do país.
Os houthi enfrentam um governo com reconhecimento internacional que tem apoio dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita.
Os dois países se juntaram para bombardear intensamente os houthi, com apoio dos Estados Unidos.
LONGO ALCANCE
Os houthi dispõem de drones fabricados localmente e foguetes de longo alcance.
Israel diz que nas últimas horas evitou dois ataques: drones foram derrubados por caças e um foguete interceptado pelo sistema anti-mísseis Arrow.
Um dos alvos era o balneário israelense de Eilat, no mar Vermelho, que dobrou de população por conta de israelenses que fugiram de suas cidades.
Durante a guerra contra a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, os houthi lançaram drones e foguetes contra alvos de longa distância.
Causaram danos à infraestrutura de petróleo saudita, por exemplo.
Em 2022, numa entrevista à tv iraniana Al-Alam, um militar apoiador dos houthi disse:
Os mesmos mísseis e drones que chegaram hoje aos Emirados Árabes Unidos chegarão a Tel Aviv e ao porto de Eilat. Existem também outros mísseis e drones com maior alcance – de 2.500 km – que podem ir além da entidade sionista
Para Israel, os houthi representam uma ameaça militar muito menor que o Hezbollah, que controla o sul e outras regiões do Líbano.
Porém, é uma preocupação adicional, já que agora há ameaças vindo do norte (Líbano) e do sul (Iêmen).
Depois que o Irã e a Arábia Saudita normalizaram relações diplomáticas, a guerra civil no Iêmen experimentou uma pausa mais estável -- depois da morte de mais de 350 mil civis por conta de bombardeios, fome e falta de acesso a serviços de saúde.