As Forças de Defesa de Israel (IDF) assumiram "apenas" 10 das 112 mortes que aconteceram durante uma tentativa de entrega de ajuda humanitária a uma multidão de palestinos nas proximidades da Cidade de Gaza.
A contabilidade dos mortos foi feita pelo Ministério da Saúde de Gaza.
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De acordo com a versão de Tel Aviv, a maioria das vítimas foi pisoteada na confusão.
Porém, esta versão, abraçada por boa parte da mídia brasileira, elimina o contexto: neste caso, Israel assumiu para si a ajuda humanitária que era tarefa da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNWRA).
Portanto, tem responsabilidade sobre fazer a entrega de alimentos de maneira segura.
A UNRWA suspendeu suas operações para o norte de Gaza alegando "caos social".
O caos, obviamente, é resultado do bombardeio indiscriminado de Israel ao território palestino, que destruiu toda a infraestrutura.
As imagens da tragédia de hoje demonstram o nível de desespero daqueles que hoje vivem em "bolsões de fome".
A UNRWA é alvo de ataques de Israel, sob a alegação de que alguns dos 30 mil funcionários da agência participaram dos ataques do Hamas a Israel em 7 de Outubro do ano passado.
EXPULSÃO DA UNWRA
Ao anunciar seu plano para o futuro de Gaza, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a UNWRA será expulsa e Israel assumirá a ajuda humanitária.
Ele não entrou em detalhes.
Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, escreveu hoje no X:
Gaza atinge um número sem precedentes de 30.000 mortos, enquanto mais 100 pessoas morreram e 700 ficaram feridas quando tentavam desesperadamente obter ajuda humanitária de um comboio. Nem a UNRWA, nem qualquer agência da ONU esteve envolvida nesta distribuição. Quando essa loucura vai acabar?
A ajuda humanitária que hoje entra em Gaza está muito abaixo das necessidades dos mais de 2 milhões de palestinos que vivem no território.
Lideranças da extrema-direita de Israel que fazem parte do governo de Netanyahu são contra a entrega de alimentos, alegando que ajudam o Hamas.
A Jordânia, com apoio de vários países, vem fazendo entrega de ajuda através de lançamentos aéreos.
Porém, por causa do vento, várias caixas de alimentos caíram em assentamentos de Israel vizinhos a Gaza.
As imagens da correria de palestinos acompanhando o trajeto dos páraquedas demonstram o desespero das 700 mil pessoas que continuam vivendo em torno de escombros, no norte de Gaza.