Na tentativa de esvaziar uma proposta da Argélia, que prega cessar-fogo imediato e deve ser votada hoje no Conselho de Segurança das Nações Unidas, os EUA apresentaram seu próprio texto, pela primeira vez falando em "cessar-fogo".
Segundo a Reuters, a proposta "sublinha o seu [dos EUA] apoio a um cessar-fogo temporário em Gaza o mais rapidamente possível, com base na fórmula da libertação de todos os reféns, e apela ao fim de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em grande escala".
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O texto também condena a decisão de Israel de fazer uma incursão terrestre em Rafah, para onde centenas de milhares de palestinos de Gaza fugiram e hoje vivem em tendas.
Segundo a resolução:
Nas atuais circunstâncias, uma grande ofensiva terrestre em Rafah resultaria em mais danos aos civis e no seu deslocamento adicional, incluindo potencialmente para países vizinhos.
RECADO A TEL AVIV
Apesar de não falar em um cessar-fogo imediato, a proposta dos Estados Unidos é vista como uma sinalização ao governo de Israel de que Washington não pretende mais vetar todas as resoluções consideradas prejudiciais a Tel Aviv.
O texto estadunidense condena os ministros de Israel que pretendem implantar assentamentos de colonos israelenses em Gaza depois da guerra, assim como:
Quaisquer ações de qualquer parte que reduzam o território de Gaza, numa base temporária ou permanente, inclusive através do estabelecimento oficial ou não oficial das chamadas zonas tampão, bem como a demolição generalizada e sistemática de infraestruturas civis.
A decisão dos EUA tem relação com pesquisas recentes demonstrando que as ações de Joe Biden em relação a Israel podem custar a ele votos nas eleições deste ano, principalmente entre os jovens.