FALSO SEQUESTRO

Youtuber taiwanês é preso após forjar o próprio sequestro

Cheng Neng-chuan foi condenado a dois anos de prisão após ser desmascarado por outros influenciadores

Youtubers taiwaneses são presos após falso sequestro no Camboja.Créditos: Divulgação/Polícia Nacional do Camboja
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O youtuber taiwanês Cheng Neng-chuan foi preso no Camboja após forjar o próprio sequestro e de um amigo, Lu Tsu-hsien. Chen é conhecido online como Goodnight Chicken. 

A ação dos dois teve início na segunda-feira (12), quando Chen postou alguns vídeos em que dizia que tinha sido sequestrado com o amigo e que precisavam de ajuda.

As imagens mostravam eles apanhando de seguranças na cidade de Sihanoukville, região conhecida pelo alto número de sequestros por gangues que forçam as vítimas a realizar golpes online

No dia seguinte, a esposa de Chen anunciou nas redes sociais que o marido havia desaparecido. Ele então postou outro vídeo afirmando que estava fugindo dos sequestradores e que também estava ferido, por isso aparecia com a cabeça raspada. 

No entanto, alguns internautas começaram a duvidar da situação. Um outro youtuber, Liu Yu, rastreou a localização de Chen e descobriu que ele estava circulando uma área ao invés de fugir, como relatou. Além disso, Liu Yu questionou por que os sequestradores teriam deixado Chen manter seus equipamentos de vídeo.

Após os questionamentos do público, Chen e o amigo foram presos em um quarto de hotel pela Polícia Nacional do Camboja. As autoridades exibiram os dois junto aos seus equipamentos. 

Na sexta-feira (16), eles foram condenados a dois anos de prisão e multa combinada de cerca de S$ 2 mil (R$ 9 mil) por “incitamento à causa do caos na segurança social”. O governo disse que os homens produziram vídeos com “conteúdo falso que afeta a honra, a ordem e a segurança” do país.

Um problema real

Apesar do sequestro de Chen e Lu Tsu-hsien ter sido falso, o Camboja sofre um problema real pelo alto número desse tipo de crime, principalmente em Sihanoukville. Os criminosos forçam as vítimas a aplicarem golpes online.

De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 100 mil pessoas foram forçadas a trabalhar nestes esquemas no país.

A maioria das vítimas são homens da Ásia, mas também já ocorreram casos com pessoas da África e América Latina.