Em discurso na 37ª Cúpula da União Africana em Adis Abeba, capital da Etiópia, neste sábado (17), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva destacou o vínculo entre o país e o "continente irmão" e voltar a pregar uma nova governança global ao saudar o organismo multilateral como novo membro do G20.
"A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode continuar sendo projeto de poucos. Só um projeto social e inclusivo permitir emergir sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas", disse.
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"Não haverá estabilidade e nem democracia com fome e desemprego", emendou Lula, que nesta sexta-feira (16) convidou o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed a integrar a Aliança Global Contra a Fome, um dos focos da Presidência brasileira à frente do G20.
"A presença da União Africana como membro pleno do G20 será de grande valia. Mas ainda é necessário a inclusão de mais países do continente como membros plenos. Temos agendas comuns a defender. É inadmissível que um mundo capaz de gerar riquezas da ordem de 100 trilhões de dólares por ano conviva com a fome de mais de 735 milhões de pessoas. Estamos criando no G20 a Aliança Global contra a Fome, para impulsionar um conjunto de políticas públicas e mobilizar recursos para o financiamento dessas políticas. Além disso, é preciso buscar soluções para transformar dívidas injustas e impagáveis em ativos concretos, como rodovias, ferrovias, hidroelétricas, parques de energia eólica e solar, produção de hidrogênio verde e redes de transmissão de energia", afirmou Lula.
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O presidente brasileiro afirmou ainda seu propósito, desde o primeiro mandato, em se aproximar e compartilhar políticas públicas e sociais com a África.
"Tudo o que o Brasil tem para compartilhar nós compartilharemos com o continente africano pois temos uma grande dívida histórica pelos longos anos de escravização. E a única forma de pagar é com solidariedade. Contem com o Brasil", disse.
Veja o discurso na íntegra.