Ídolo de Bolsonaro e ex-presidente de extrema direita dos Estados Unidos, Donald Trump foi condenado nesta sexta-feira (16) em tribunal de Nova York a pagar uma multa bilionária por conta do caso em que enfrenta acusações de “fraude civil”. Uma vez considerado responsável pelo escândalo e condenado, os valores determinados pelo juiz Arthur Engoron estão na ordem dos 355 milhões de dólares, que equivalem a cerca de R$ 1,7 bilhão, e serão pagos pelas empresas do ex-mandatário envolvidas no esquema.
Os valores estão acima da multa pedida pela procuradora Letitia James, que lidera a apuração do caso. Ela pedia 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais).
Te podría interesar
The Donald e seus dois filhos, Donald Trump Jr. e Eric Trump, são acusados de inflacionar o valor de seus ativos imobiliários ao longo de vários anos. Este é apenas um dos quatro casos judiciais em que o ex-presidente está envolvido. O julgamento ganhou destaque no final de setembro, quando o juiz Engoron determinou que a "fraude contínua" havia sido comprovada.
VÍDEO: “Nos EUA devíamos estudar Constituição do Brasil, democracia deles é mais forte que a nossa”
Te podría interesar
Na ocasião o magistrado analisava um recurso da defesa de Trump que tentava convencê-lo a não fazer as acusações ao ex-mandatário. Mas o magistrado não se comoveu com a defesa e decidiu que sim, Trump cometeu fraudes financeiras e patrimoniais - mas ainda faltava tramitar no tribunal. No texto que explica a decisão, o juiz ainda foi duro com o pedido do direitista.
“No mundo dos réus, apartamentos com preços regulados valem o mesmo que apartamentos sem esse controle, terras restritas valem o mesmo que terras irrestritas e restrições evaporam no ar. Vivem num mundo de fantasia, não é o mundo real”, escreveu.
Os advogados de Trump ainda foram multados em 7,5 mil dólares cada um – quase R$ 40 mil – por terem insistido em argumentos já refutados pelo magistrado.
Segundo as acusações, o gabinete da Procuradoria-Geral do estado de Nova York provou que a Trump Organization havia "supervalorizado" seus ativos entre US$ 812 milhões e US$ 2,2 bilhões durante o período de 2014 a 2021. Essas cifras equivalem a cerca de R$ 2,1 bilhões a R$ 12,2 bilhões.
“Para pedir empréstimos a taxas mais baixas, os réus apresentaram dados financeiros flagrantemente falsos aos contadores, resultado em demonstrações financeiras fraudulentas”, escreveu o juiz.
Além da multa aplicada a Trump, seus filhos Erick e Junior foram condenados a pagar 4 milhões de dólares, ou quase R$ 20 milhões, cada um. Eles também foram julgados como responsáveis pelas múltiplas acusações de fraude, falsificação e conspiração ao lado do pai.
O mais provável é que pai e filhos recorram da decisão e tentem suspender as multas durante o período que o recurso estiver sendo analisado, mas ainda não há confirmações nesse sentido. O que é certo é que a advogada Alina Habba, porta-voz jurídica do ex-presidente de extrema direita, já declarou que pretende recorrer. À imprensa, ela qualificou a sentença como “caça às bruxas”. O juiz discorda.
“Quando confrontados no julgamento com as declarações, os fatos dos réus e as testemunhas especializadas, eles simplesmente negaram a realidade, e os réus não aceitaram a responsabilidade ou não impuseram controles internos para evitar futuras recorrências”, escreveu Engoron em sua decisão.
Para além das multas, o 'Trump trio' também foi proibido de ocupar algos cargos, como os de executivo e diretor, de qualquer empresa ou entidade legal com sede em Nova York. A medida é válida por dois anos.
Ainda, Allan Weisselberg e Jeffrey McConney, ex-diretor financeiro e ex-controlador da Trump Organization, também responsabilizados pelas fraudes. Eles estão proibidos de atuar em empresas de Nova York por três anos. Weisselberg foi multado em um milhão de dólares.