O Comitê contra o Desaparecimento Forçado da ONU publicou um documento nesta quinta-feira (5) relatando uma situação dramática envolvendo mortos e desaparecidos na Colômbia.
O relatório preliminar, elaborado após a visita do comitê ao país, revelou que entre 98 mil e 200 mil pessoas estão desaparecidas na Colômbia, consequência dos conflitos internos entre facções criminosas, grupos guerrilheiros e o governo colombiano.
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O dado mais chocante foi um relato assustador: cerca de 20 mil corpos não identificados estão armazenados em um hangar do aeroporto de El Dorado, em Bogotá, o maior do país.
A informação, divulgada no dia 5 de dezembro, reflete o colapso das estruturas forenses e a dimensão da crise de desaparecimentos forçados no país.
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“Os cemitérios são terra de ninguém. Dependem da boa vontade e criatividade do administrador, e não há registro real dos corpos”, aponta o documento.
“Diante dessa realidade, a multiplicidade de autoridades encarregadas da busca e identificação coloca sérios desafios de coordenação. Soma-se a essa situação a falta de profissionais capacitados para realizar os trabalhos técnicos forenses necessários em ciências forenses”, observam os membros do comitê.
O Instituto de Medicina Legal da Colômbia respondeu, em comunicado, que “a entidade desconhece a existência do referido hangar e não recebeu pedidos de qualquer autoridade para estudo e análise dos referidos casos”