Os ataques israelenses à Palestina, que já haviam dizimado mais de 44 mil pessoas em outubro de 2024 e provocado o deslocamento de mais de 1,5 milhão de palestinos de Gaza, levaram à aprovação, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que define a data para o início das discussões acerca da criação de um Estado Palestino.
A aprovação se deu nesta terça-feira (3/12), com 157 votos favoráveis, e prevê a organização de uma conferência para discutir as bases de um Estado palestino em junho de 2025.
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A Comissão teve oito votos contrários e sete abstenções. Entre os países que se abstiveram estão Ucrânia, Geórgia e Uruguai; e, entre os que rejeitaram a moção, estão Argentina, Hungria e o mais forte aliado israelense, os EUA.
A ajuda militar direta dos EUA a Israel já soma US$ 17,9 bilhões, contando com o pacote robusto enviado pelo Departamento de Estado norte-americano em setembro de 2024.
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Com a votação de terça, a ONU manifestou "apoio inabalável", respaldado pelo direito internacional, "à solução de dois Estados", que deve garantir um território soberano à Palestina. Ainda incentivou que o processo tenha "negociações credíveis", e pediu responsabilidade durante as negociações, a fim de "reverter tendências negativas" e violações ao direito internacional.
Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional emitiu uma ordem de prisão contra Benjamin Netanyahu, presidente de Israel, e seu ex-ministro de Defesa, Yoav Gallant. A ordem aponta Netanyahu como responsável por ataques intencionais, generalizados e sistemáticos contra a população civil palestina, além de crimes contra a humanidade ao impedir a entrada de suprimentos essenciais no território.
De acordo com o The New York Times, o exército israelenses tem expandido sua presença em Gaza ao longo dos últimos meses, e ergueu bases militares no território, o que pode indicar "preparativos para um controle de longo prazo" da região.
O território em controle de Israel já soma 46 km² na faixa palestina, como mostram imagens de satélite e vídeos. Pelo menos 600 prédios foram destruídos na área, para criar uma "zona tampão" diante dos assentamentos israelenses.
O Tribunal Internacional de Justiça da ONU havia determinado, em um parecer de julho de 2024, que a ocupação israelense do território palestino é ilegal, e ordenou — embora sem força de imputação — que Israel deixasse a ocupação desses territórios "o mais rápido possível", pondo fim à 'colonização palestina'.