No mês passado, a família de Malcolm X iniciou um processo no valor de US$ 100 milhões contra a CIA, o FBI e o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD), acusando-os de cumplicidade no assassinato do líder dos direitos civis em 1965.
Malcolm X era um líder importante do movimento negro na luta pelos direitos civis e, assim como Martin Luther King, Fred Hampton, Hakim Jamal e Medgar Evers, foi assassinado sob circunstâncias suspeitas.
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A família de el-Hajj Malik El-Shabazz - nome islâmico de Malcolm X - agora move uma ação após documentos revelarem que tanto a CIA quanto o FBI e a polícia de Nova York conspiraram pela morte do ativista.
Este processo, aberto em um tribunal federal em Manhattan, alega que essas agências não só estavam cientes de uma conspiração para assassinar Malcolm X, mas também participaram ativamente da trama e falharam em intervir para protegê-lo.
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Segundo a ação, o FBI é acusado de negligenciar a proteção de Malcolm X, apesar das ameaças conhecidas contra sua vida.
Já a NYPD coordenou com agências federais para prender membros da equipe de segurança de Malcolm X poucos dias antes do assassinato, efetivamente deixando-o vulnerável.
O processo afirma que agentes secretos de agências federais estavam presentes no local do assassinato de X em 1965, mas não tomaram medidas para impedi-lo.
A queixa sugere uma relação "corrupta, ilegal e inconstitucional" entre a polícia e aqueles que realizaram o assassinato, o que implica que essas conexões foram ativamente ocultadas por funcionários do governo.
Segundo a documentação obtida pelo jornalista Jamil Chade e publicada no UOL, a CIA agia para "prevenir o surgimento de um 'messias' que pudesse unificar e eletrificar o movimento nacionalista militante negro", para "impedir coalizões de grupos nacionalistas negros militantes" e para "impedir que grupos e líderes nacionalistas negros militantes ganhassem respeitabilidade".
O FBI chegou a afirmar, seis anos antes do assassinato de X, que eria necessário "desativar o movimento Nação do Islã, neutralizando Malcolm X". Em 1964, agentes das agências de inteligência, segundo Chade, teriam tentado subornar X para fomentar a dissolução do islamismo nacionalista negro nos EUA.
Agora, a familia de Shabazz pede uma indenização pelos crimes cometidos pelo aparato de inteligência dos EUA contra a liderança.