AMÉRICA LATINA E CARIBE

Aliança Bolivariana celebra 20 anos com foco na integração regional e novas propostas de cooperação

Encontro em Caracas, capital da Venezuela, reuniu representantes de dez países membros, além de convidados como Honduras e Palestina

Chefes de estado e de governo na 24ª Cúpula da Alba-TCP.Aliança Bolivariana celebra 20 anos com foco na integração regional e novas propostas de cooperação.Créditos: 24ª Cúpula da Alba-TCP
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A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América - Tratado de Comércio para os Povos (Alba-TCP) realizou neste sábado (14), em Caracas, Venezuela, a 24ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo.

O evento, que marca o 20º aniversário da organização, reuniu representantes de dez países membros, além de convidados como Honduras e Palestina, para discutir propostas de integração regional, cooperação econômica e fortalecimento político no continente.

Comemoração histórica

Criada em 14 de dezembro de 2004, a Alba foi fundada por Fidel Castro e Hugo Chávez com o objetivo de promover a solidariedade, a cooperação e a complementaridade entre nações latino-americanas e caribenhas.

Durante a abertura da cúpula, o presidente venezuelano Nicolás Maduro destacou a relevância histórica da aliança.

“A Aliança Bolivariana nasceu há 20 anos para promover tempos históricos na construção de um mundo multipolar e pluricêntrico”, afirmou Maduro.

Ele também celebrou a oportunidade de consolidar um modelo de relações internacionais sem hegemonias ou colonialismos.

Participantes e representações

O evento contou com a presença de líderes como Luis Arce (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua) e Miguel Díaz-Canel (Cuba), além dos primeiros-ministros Gaston Browne (Antígua e Barbuda), Roosevelt Skerrit (Dominica) e Ralph Gonsalves (São Vicente e Granadinas). Representantes de Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, Granada e Honduras também estiveram presentes.

Propostas da cúpula

A cúpula discutiu e aprovou uma série de iniciativas para promover a integração regional e fortalecer a Alba como ator geopolítico. Entre as principais propostas estão:

  • Plano Alimentar Regional: Uma estratégia para garantir a segurança alimentar nos países membros.
     
  • Acordo Comercial Popular: Estímulo ao comércio solidário e complementar entre as nações.
     
  • Desenvolvimento Científico e Cultural Compartilhado: Incentivo a projetos de pesquisa, inovação tecnológica e intercâmbio cultural.
     
  • Agência de Mitigação Climática: Proposta para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, com enfoque em iniciativas sustentáveis.
     
  • Relançamento do Petrocaribe: Reativação do programa de fornecimento de petróleo a países caribenhos, interrompido em 2019 devido a sanções econômicas contra a Venezuela.

Movimentos populares na agenda

Na sexta-feira (13), a cúpula teve início com o Conselho de Movimentos Populares da Alba, liderado pelo secretário-geral da organização, Jorge Arreaza. Movimentos sociais de 30 países apresentaram um documento com propostas para fortalecer a atuação das bases populares no continente.

Entre as sugestões estão:

  • Criação de brigadas internacionais: Divididas em intercâmbio, solidariedade e permanentes, as brigadas visam trocar experiências, promover direitos humanos e fortalecer a cooperação política.
     
  • Fundo de Solidariedade da Alba: Para suporte material e emocional em crises humanitárias e ambientais.
     
  • Escola e agência de notícias popular: Projetos para democratizar a comunicação e combater a concentração midiática.

Significado geopolítico

O chanceler venezuelano, Yván Gil, destacou que as propostas da cúpula buscam posicionar a Alba como um “ator geopolítico poderoso” em um cenário global marcado por incertezas políticas e desafios econômicos.

“Os nossos chefes de Estado têm a responsabilidade de traçar um rumo claro para o próximo ano. Precisamos garantir maior segurança e bem-estar aos nossos povos, enfrentando os desafios impostos pelo contexto global”, afirmou.

Integração e futuro

O documento final da cúpula será assinado pelos chefes de Estado e ministros das Relações Exteriores neste sábado e deve servir como guia para a execução das propostas nos próximos anos.

O relançamento do Petrocaribe e a consolidação de um modelo de integração regional sem dependência de potências estrangeiras estão entre as prioridades.

Com 20 anos de história, a Alba reforça seu compromisso com os ideais de solidariedade e cooperação, renovando suas estratégias para enfrentar os desafios contemporâneos e construir uma América Latina mais integrada e autônoma.

Com informações do Brasil de Fato

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