De acordo com a imprensa internacional, Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Aleksandr Lukashenko, presidente da Bielorrússia, têm um projeto em vista para 2025: a implantação de um novo sistema de mísseis de alcance intermediário, o Oreshnik, que viaja a até três quilômetros por segundo, alcança até 10 mil metros de altitude e tem capacidade de liberar submísseis focados em diferentes alvos.
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Essa decisão vem em resposta a uma política similar definida pelos EUA e pela Alemanha, que prevê a implantação de sistemas de mísseis em seus territórios, em colaboração com países ocidentais de diversas partes do mundo.
Em julho de 2024, o Exército norte-americano anunciou que, até 2026, um sistema de mísseis de alcance médio deve ser instalado na Alemanha, composto por um míssil multiuso (SM-6), um míssil de cruzeiro de ataque terrestre (Tomahawk) e um míssil hipersônico ainda em desenvolvimento.
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Esses mísseis servirão para equipar a a Força de Tarefas Multi-Domínio de Wiesbaden, cuja primeira armada foi ativada em setembro de 2021, de acordo com a Arms Control Association.
A corrida armamentista e tecnológica da década se assemelha àquela dos primeiros anos de Guerra Fria, em que tecnologias de dissuasão tornam-se mais importantes do que nunca para barrar a influência geopolítica de polos opostos, cenário que se deve se acentuar com o estímulo de Trump, o novo presidente eleito dos EUA, ao aumento de gastos militares por parte de seus aliados.
À época do anúncio de Washington, em julho, Putin chegou a afirmar à Associated Press que, se essas implantações fossem adiante, Moscou revisaria sua política nuclear. Isso ocorreu em novembro de 2024, quando os EUA concederam a permissão para o uso de mísseis ocidentais por parte da Ucrânia.
De acordo com o veículo RT, há uma série de novas tecnologias sendo desenvolvidas pelas potências ocidentais, em especial os membros da OTAN, com projetos de implantação previstos para a próxima década.
O PrSM, um míssil balístico tático de precisão que alcança até 500 km e foi recebido pelos EUA em 2023, teria mais quatro mil unidades a caminho das forças norte-americanas. Estima-se uma taxa de produção de 240 a 260 mísseis por ano, com a criação de um projeto de implantação até 2027 e o desenvolvimento um novo míssil mais potente (que alcança até 800 km) até 2030.
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Além dele, está em vista um sistema de mísseis Typhon, equipado com até 16 mísseis Tomahawk — o modelo solicitado por Zelensky à Casa Branca —, de alta precisão, que pode lançar mísseis a até 2.400 km.
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Um complexo desse sistema já foi implantado, em 2024, na ilha de Luzon, nas Filipinas, para compor os exercícios militares Salaknib-24, do exército norte-americano em parceria com as forças armadas filipinas.
Já o sistema LRF, dedicado a "long range fires" (incêndios de longo alcance), composto por 16 lançadores do Tamahawk, e o sistema de Arma Hipersônica (LRHW) Dark Eagle, foram projetados para atingir alvos terrestres em pontos críticos.
No caso do último, o sistema Dark Eagle, sua implantação está prevista para a ilha de Ioto, no Japão, que foi palco de um dos confrontos entre japoneses e americanos na Segunda Guerra Mundial.
A ilha proporciona um tempo de voo desses armamentos rumo à cidade russa de Vladivostok de apenas 8 ou 10 minutos, com um impacto de alcance máximo de até 30 minutos.
Até 2050, as forças armadas norte-americanas preveem a implantação de até cinco desses sistemas, com capacidade para até 50 projéteis.
A França também tem se dedicado ao desenvolvimento de um míssil balístico hipersônico, que deve ficar pronto até 2035. E o Japão quer implantar, entre 2025 e 2026, um protótipo de ogiva nuclear chamado Bloco 1 para mísseis hipersônicos que alcancem até três mil quilômetros.
Até 2030, deve ser desenvolvido, ainda, um míssil guiado terrestre numa parceria conjunta entre Reino Unido, Alemanha, Itália, Polônia e França, onde devem ser instaladas suas bases em terra.