Nesta sexta-feira (8), o Tribunal Constitucional da Bolívia desqualificou Evo Morales de concorrer à presidência em 2025, revertendo uma decisão que o autorizava a disputar a reeleição.
O tribunal declarou que os limites de mandato são "ideais para evitar a perpetuação no poder," reafirmando a importância dessa restrição.
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Desde 2019, quando foi vítima de um golpe de Estado, Morales expressava o desejo de retornar ao cargo de presidente do país. Em 2020, após o interregno golpista de Jeanine Áñez, Luis Arce, seu aliado, venceu o pleito e recolocou a esquerda no poder.
Evo queria que Arce desistisse do cargo e de uma tentativa de reeleição para lhe devolver a presidência no pleito do ano que vem. O atual mandatário, no entanto, não abdicará da presidência e deseja tentar um novo mandato.
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A batalha judicial para determinar se Evo poderia ser candidato à presidência pela quinta vez não é a única. O ex-presidente também enfrenta uma acusação de estupro e tráfico humano envolvendo uma menor de idade. Ele foi convocado a depor no início do mês.
Nas últimas semanas, movimentos populares e grupos de esquerda pró-Evo realizaram manifestações em defesa do líder indígena, bloqueando estradas em várias partes do país.
Um dos grupos chegou a invadir um quartel do Exército e a fazer militares reféns, exigindo o fim da repressão contra os movimentos populares.
Evo ainda foi alvo de um atentado a tiros em 27 de outubro, mas sobreviveu.
O governo de Luis Arce condenou as manifestações e afirmou que o custo dos protestos para a economia boliviana foi de US$ 4 bilhões.
Nas pesquisas presidenciais, Arce e Evo disputam a liderança do polo político de esquerda e se alternam no primeiro lugar, enquanto centro-direita e extrema-direita correm por fora. As eleições de 2025 prometem ser intensas.