A vitória de Donald Trump na eleição para presidente dos EUA teve um ator central, o qual sem a sua presença o triunfo do candidato de extrema direita não teria sido possível: os latinos, sobretudo os homens. Claro, há uma contradição bizarra neste dado, já que magnata que volta à Casa Branca não esconde de ninguém que é um racista e que odeia latinos, tendo a intenção de deportar todos eles.
As pesquisas de boca urna realizadas na terça-feira (5) retrataram um percurso até a vitória que surpreendeu os principais analistas. Como era esperada, a democrata Kamala Harris venceu entre as mulheres, de todas as etnias, mas isso possivelmente ocorreu por uma margem menor que a esperada. Já Donald Trump, também como já era aguardado, teve uma ampla vitória entre os homens brancos, avançou um pouco sobre o eleitorado feminino, mesmo tendo perdido no segmento, deixando para os latinos a surpresa em relação à conquista que se confirmou quando ele conseguiu 279 delegados e anunciou sua vitória.
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Entre o eleitorado latino, em especial do sexo masculino, o ex-presidente, que agora é futuro presidente, conseguiu avançar 10 pontos percentuais em alguns estados, se comparado à eleição de 2020, quando perdeu para Joe Biden. Sim, Trump cresceu assustadoramente entre aqueles que diz odiar e quer expulsar do território norte-americano.
A primeira vez que Trump disputou uma eleição, quando saiu vitorioso em 2016, vencendo Hilary Clinton, ele perdeu entre os latinos por 38 pontos percentuais de diferença, algo presumível se analisarmos seu discurso xenofóbico e de ódio contra esses cidadãos. Quando perdeu para Biden, em 2020, a diferença diminuiu entre esses eleitores, mas nada expressivo: 33 pontos.
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No entanto, no pleito desta semana, que marcou seu retorno para o Salão Oval, o republicano, num período em que seus ataques aos latinos foram ainda mais incisivos, perdeu para Kamala no grupo por apenas 8 pontos percentuais, o que o favoreceu sobretudo nos chamados estados-pêndulo, garantindo a vitória final.