SIONISMO

Israel aplica "etapas finais de limpeza étnica" no Norte de Gaza, denuncia ONG

"Sabemos que muitas crianças estão presas e morrerão de fome”, afirma a Oxfam

Criança refugiada em tenda em Deir el-BalahCréditos: WAFA/ps
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Mesmo após o acordo de cessar-fogo entre Hezbollah e Israel no Líbano, a ofensiva sionista contra a Faixa de Gaza se mantém, especialmente na região norte.

Há 50 dias, Israel mantém um bloqueio rígido que impede a entrada de ajuda humanitária em áreas como Jabaliya, Beit Lahia e Beit Hanoun, onde milhares de palestinos estão presos. Estima-se que apenas 6% da comida necessária para atender à população tem conseguido ingressar, agravando a fome e o risco de inanição.

Além da escassez de alimentos, a população enfrenta falta de serviços básicos de saúde e contínuos bombardeios e ataques por parte das forças israelenses.

A situação foi denunciada pelo diretor-executivo da Oxfam, Amitabh Behar: “Nossa equipe em Gaza tem tentado, desesperadamente, por quase dois meses, alcançar civis famintos, mas foi bloqueada pelo exército israelense. Sabemos que muitas crianças estão presas e morrerão de fome."

Behar também destacou as ações de Israel como parte de uma estratégia de ocupação a longo prazo.

“A limpeza étnica de Israel na província do norte de Gaza comprova mais uma vez que o país age com total impunidade, ignorando as normas do direito internacional. Israel está construindo infraestrutura para uma presença militar de longo prazo – uma anexação de fato da terra – e destruindo qualquer esperança restante de uma solução justa e pacífica", completou.

Resistência palestina continua ativa

Apesar da intensidade da ofensiva israelense, grupos políticos e militares palestinos, como Hamas, Jihad Islâmica Palestina, FDLP e FPLP, continuam a resistir à ocupação e ao genocídio na Faixa de Gaza.

Após mais de um ano de conflito, que já causou mais de 44 mil mortes - a maioria crianças e mulheres -, os palestinos seguem firmes em sua luta contra as forças israelenses.

Na última semana, 10 soldados sionistas foram emboscados pela resistência palestina em Beit Lahia, deixando mortos e feridos. Cerca de 100 reféns ainda seguem sob controle das forças palestinas.