De Baku - Azerbaijão -- Dois programas do governo brasileiro estão sendo apontados como aqueles que tem o potencial de mudar a imagem do país diante do planeta antes da COP30, em Belém, se forem bem sucedidos na captação de recursos e implementação.
Entre os ambientalistas, o chamado "arco da destruição", na Amazônia, é tido como o símbolo do avanço desorganizado da pecuária, do desmatamento e mesmo do garimpo ilegal.
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O Florestas Produtivas, no entanto, pode ajudar a mudar esta imagem.
O programa foi lançado em julho passado pelo presidente Lula, junto com o Plano Safra.
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Moisés Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, está em Baku para explicar o projeto, além expor outras iniciativas que antecedem a COP30 de Belém:
Basicamente o que a gente pretende fazer é a restauração produtiva, com sistemas agroflorestais, para gerar renda, para gerar restauração florestal e produzir alimentos. Nós temos as ações de campo, já começando no estado do Pará.
A restauração das florestas ajudaria no sequestro de carbono, além de gerar renda para as famílias.
Outros projetos estão sendo gestados para restaurar o Cerrado, a Caatinga, o Pampa, o Pantanal e a Mata Atlântica:
Na Amazônia a gente tem o açaí, o cupuaçu, a andiroba. No Sul a gente tem a erva-mate, a araucária, o baru. Nossa biodiversidade é muito rica, ela hoje precisa ser apoiada para gerar as cadeias produtivas, valor de mercado. Isso tudo pode vir a gerar muita renda para a agricultura familiar.
Apoio do BNDES
De acordo com Moisés, paralelamente ao Florestas Produtivas, o BNDES vai investir inicialmente R$ 450 milhões no chamado "Arco da Restauração", em editais para fomentar projetos de restauração ecológica e produtiva.
O projeto, lançado na COP28 em Dubai e detalhado em evento que precedeu a cúpula do G20, em julho passado, pretende reflorestar 24 milhões de hectares -- o equivalente ao território do estado de São Paulo --, em 30 anos, cobrindo Sul e Leste do Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Hoje, o vice-diretor do BNDES para o Meio Ambiente, Nabil Moura Kadri, participou de um evento no estande da Rússia na COP29.
Ele disse à Fórum:
A gente tem um desafio muito grande pela frente. É o segundo ano seguido que a gente atinge 1,5 grau [de aquecimento], que é o limite do acordo de Paris. A gente precisa investir em mitigação, em adaptação, resiliência e captura do carbono, que quando emitido fica 200 anos na atmosfera. A saída mais rápida e mais barata é plantando florestas. E no Brasil temos um exemplo para o mundo, o Arco da Restauração.
Nabil também destacou que ontem o Brasil conseguiu anunciar novas doações de U$ 60 milhões da Noruega e U$ 50 milhões dos Estados Unidos para o Fundo Amazônia, gerenciado pelo BNDES, que promove "investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal".