De Baku, Azerbaijão -- Notável crítico de decisões tomadas pelo Brasil que contrariam suas metas na defesa do Meio Ambiente, o Greenpeace elogiou o papel desempenhado pelo governo brasileiro na reunião do G20, no Rio de Janeiro.
O elogio, feito pelo chefe da delegação da entidade em Baku, foi em reação à declaração final da cúpula do Rio de Janeiro, que em linguagem cifrada reafirmou decisão tomada pela COP28, no Catar, de eventualmente abandonar os combustíveis fósseis.
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Jasper Inventor declarou:
A liderança do Brasil no G20 foi um passo importante, demonstrando o seu compromisso em impulsionar ações ousadas para enfrentar a crise climática. Ao unir países com ideias semelhantes, o Brasil pode definir o tom para uma ação decisiva, reunindo as maiores economias do mundo para uma forte colaboração multilateral em torno do clima. Esta liderança é fundamental para garantir que a COP30 [em Belém] produza resultados ambiciosos, reforçando o compromisso global para travar a crise climática.
Taxar os ricos
Também repercutiu positivamente em Baku o trecho da declaração final do G20 que endossou decisão tomada anteriormente por ministros da área econômica do bloco.
Com total respeito pela soberania fiscal, procuraremos envolver-nos de forma cooperativa para garantir que os indivíduos com patrimônio líquido ultraelevado sejam efetivamente tributados.
A ideia, sustentada pelo Brasil, poderia gerar U$ 250 bilhões anuais, que seriam utilizados para combater a desigualdade e financiar a transição energética.
O Escritório do Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU em Genebra lamentou que não houve maior avanço:
Uma transferência de apenas 0,14% do rendimento global poderia permitir a erradicação da pobreza até 2030. O Brasil, como parte da sua presidência do G20, propôs impor um imposto de 2% sobre os super-ricos (cerca de 3.000 pessoas que possuem mais de U$ 1 bilhão em bens). No entanto, devido à oposição de alguns países desenvolvidos, a proposta foi colocada em segundo plano.
Porém, há muitos entusiastas da ideia no mundo.
Um deles é o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo.
Ele prometeu levar a proposta à quarta cúpula da ONU para financiamento do desenvolvimento, marcada para Sevilha no ano que vem.
Para o ministro espanhol, este deve ser o tema central da COP30, em Belém, em 2025.