Após sete anos vivendo no Líbano, Karla Araújo Cardoso, uma das brasileiras repatriadas, respirou aliviada ao desembarcar no Brasil neste domingo (6). “Até que enfim vão parar os sons de bombas”, declarou emocionada.
O voo, realizado pelo KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB), pousou às 10h25 na Base Aérea de Guarulhos, trazendo de volta 228 passageiros, incluindo brasileiros e seus familiares, além de três animais de estimação. A operação, batizada de Raízes do Cedro, foi organizada pelo governo Lula para resgatar brasileiros que estavam no Líbano em meio aos intensos ataques que vêm sendo promovidos pelo Estado de Israel.
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A chegada foi marcada pela presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acompanhou o desembarque dos repatriados logo após votar em uma escola de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, no âmbito das eleições municipais. O mandatário foi de helicóptero da zona eleitoral até o aeroporto.
A operação é a primeira de uma série que pretende resgatar cidadãos brasileiros que vivem no Líbano e que correm risco de vida diante dos ataques israelenses. Desde a escalada da ofensiva de Israel contra o grupo Hezbollah, os militares do Estado judeu já mataram dois brasileiros – uma jovem de 16 anos e um garoto de 15.
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“Estou indo para a minha casa”, resumiu Mariam Sadek, enquanto Raghida Hammout agradecia ao governo brasileiro por “sempre cuidar de seus cidadãos”, visivelmente emocionada.
O voo deu prioridade para mulheres, idosos e crianças, das quais dez eram bebês. A operação é fruto de um esforço conjunto de articulação entre o Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada do Brasil em Beirute, em colaboração com a FAB. O chanceler Mauro Vieira destacou a importância do trabalho diplomático, que envolveu o diálogo com cerca de 20 mil brasileiros residentes no Líbano, três mil dos quais manifestaram interesse em retornar ao Brasil.
Veja vídeo da chegada dos brasileiros resgatados com recepção do presidente Lula:
Suporte
Além do transporte, o governo Lula montou uma ampla operação de recepção para os repatriados. No solo, uma equipe de 35 profissionais de ministérios como o da Justiça, Saúde, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social aguardava para prestar atendimento imediato. A Força Nacional do SUS também enviou 15 profissionais, entre médicos, enfermeiros e psicólogos, que ofereceram assistência médica e psicológica ainda no voo e na chegada. “Temos atendimento de urgência e cuidados psicológicos para verificar se as emoções sentidas são normais ou se alguma intervenção será necessária”, explicou Renato Oliveira Santos, coordenador da missão de campo do SUS.
A operação também contou com o apoio da Polícia Federal, Anvisa e Receita Federal para agilizar o processo de imigração, enquanto assistentes sociais estavam preparados para auxiliar famílias que não possuem vínculos definidos no Brasil. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) também participa da iniciativa, conduzindo entrevistas para identificar necessidades específicas dos repatriados.
A Operação Raízes do Cedro segue o modelo de ações anteriores, como a Operação Voltando em Paz, realizada em 2023, que trouxe de volta mais de 1.500 brasileiros que estavam em Israel e na Faixa de Gaza.
*Com informações da Agência Gov