Existe uma árvore no noroeste do Paquistão que está com os seus galhos acorrentados ao chão de um edifício militar desde o ano de 1898. A majestosa Banyan, nome dado no idioma paquistanês para a figueira-da-Índia, eventualmente é notada por viajantes que passam pela região e acaba aparecendo em postagens de redes sociais como uma curiosidade bizarra da província de Khyber.
Mas a situação vivida pela planta, ao contrário de uma aleatoriedade, é fruto de um dos mais tristes episódios da história da humanidade: o colonialismo. E a própria árvore, com seu encarcerado aspecto colossal, conta a história a partir de uma placa de madeira pregada no tronco.
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“Eu estou presa. Uma noite, um oficial britânico extremamente bêbado pensou que eu estava me movendo do meu lugar original e ordenou que um bagunçado sargento me prendesse. Desde então, estou detida”, diz a placa.
A história foi confirmada em matéria de 2013 do jornal paquistanês Daily Tribune, que ouviu historiadores que confirmam a veracidade da história. E até o nome do oficial que determinou a prisão da árvore foi citado: James Squid. De acordo com os pesquisadores, ele estaria tão bêbado que realmente achou que a árvore partia para cima de si. As informações foram traduzidas pelo site Mega Curioso.
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Acontece que naqueles anos a Índia e o Paquistão estavam sob o domínio inglês do chamado ‘Raj Britânico’. E nesse contexto a loucura do oficial Squid foi interpretada de outra maneira. Um morador da comunidade onde a árvore está “presa” declarou ao Daily Tribune que “os britânicos basicamente deram a entender aos membros da tribo que, se ousassem agir contra o Raj, também seriam punidos de forma semelhante”.
Mas mesmo a quase 80 anos da sua independência, conquistada em 1947, o Paquistão ainda não conseguiu um alvará de soltura para a icônica figueira. A região hoje vive uma série de conflitos entre as forças regulares paquistanesas e grupos islâmicos oriundos do Afeganistão, como o Talibã. E a mesma lei imposta pelos britânicos, que prevê punições coletivas a vilas e tribos inteiras por conta do conflito, segue em vigor.