O ex-primeiro ministro do Paquistão, Imran Khan, foi preso neste sábado (5) por uma prática que, aqui no Brasil, tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, como protagonistas no noticiário. Khan recebeu um relógio de luxo do governo da Arábia Saudita, não o declarou e foi pego tentando vendê-lo.
Segundo a decisão que o condenou, o ex-premiê teria recebido alguns itens do príncipe saudita Mohammed bin Salman e os vendido por cerca de R$ 3 milhões. Khan foi condenado a 3 anos de prisão.
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O ex-primeiro ministro foi preso em casa, na cidade de Lahore, distante quase 300 quilômetros da capital Islamabad, para onde as autoridades devem transferi-lo nos próximos dias.
Seu advogado, Intezar Panjotha, disse à imprensa internacional que recorrerá à Suprema Corte do país. “Estamos com uma petição contra a decisão nas cortes superiores”, disse. Seu partido também entrou com um pedido em sua defesa.
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Parece familiar
Quando no último dia 3 de maio a Polícia Federal fez uma operação na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ficou intrigada com certificados de diamantes encontrados na cozinha do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O documento serve para atestar a veracidade de uma joia, se a pedra preciosa é verdadeira ou não. No caso, os certificados haviam sido emitidos pela prestigiosa Saddik Omar Attar Est, parceira dos luxuosos relógios Rolex, como o recebido pelo ex-presidente que Cid tentou vender.
Na mesma semana a PF divulgou a apreensão de 35 mil dólares (equivalente a 170 mil reais) na casa do ex-faz-tudo de Bolsonaro. À época, a corporação afirmou não havia indicativo de que os certificados fossem referentes às joias de Bolsonaro, que entraram ilegalmente no país, ou pertencentes à família de Mauro Cid, mas esse quadro pode estar mudando.
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Isso ocorre porque a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) revelou na última terça-feira (1), durante a CPMI dos Atos Golpistas, que segundo dados da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), no dia 26 de outubro de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro receberam, respectivamente, um envelope e uma caixa contendo pedras preciosas. Mas os presentes não constam na lista de 46 páginas e 1055 itens recebidos durante o mandato.
Na denúncia, a deputada aponta que em troca de e-mails analisada pela CPMI, o ajudante de ordens Cleiton Henrique Holzschuk ordena aos colegas Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti que as pedras não deveriam ser cadastradas no acerto do Palácio do Planalto mas entregues em mãos ao tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens e braço direito de Bolsonaro.
“Foi guardado no cofre grande, 01 (um) envelope contendo pedras preciosas para o PR (presidente) e 01 (uma) caixa de pedras preciosas para a PD (primeira-dama), recebidas em Teólifo Otoni em 26/10/22. A pedido do TC (tenente-coronel) Cid, as pedras não devem ser cadastradas e devem ser entregues em mão para ele (Cid). Demais duvidas, Sgt Furriel está ciente do assunto,” diz o e-mail de Holzchuk.