O presidente argentino Javier Milei, que entrou na Casa Rosada há pouco mais de um mês, enfrenta nesta quarta-feira (24) sua maior prova de fogo na tentativa de manter vivas suas aspirações ultraneoliberais e autoritárias, impostas ao país ainda em dezembro do ano passado, quando editou um megadecreto e um pacote apelidado de ‘lei ônibus’ que podem, juntos, terminar de afundar a nação, já num verdadeiro caos econômico e social desde o último governo. Está convocada para esta tarde uma greve geral que promete paralisar o país.
Afetando áreas vitais e do cotidiano dos argentinos, como transporte, saúde, educação, indústria, aeroportos, bares, bancos, restaurantes e equipamentos culturais, a paralisação busca colocar pressão sobre o Congresso para que medidas sejam tomadas contra os desmandos de Milei, que, na marra, tenta governar por decreto e passar por cima da constituição e de outras legislações nacionais. Marcada para ter início oficialmente às 15h, a tensão e as multidões já tomavam as ruas de Buenos Aires ao meio-dia.
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Encabeçada pela CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), a maior central sindical da Argentina, o movimento ganhou muito corpo e recebeu adesões importantes, como da União pela Pátria, o grupo mais numeroso e politicamente importante do peronismo, e setores mais radicais de esquerda. Nas zonas centrais da capital, milhares de pessoas carregando faixas, cartazes, bonecos e instrumentos transitam obstruindo as vias, enquanto um fortíssimo efetivo policial, subordinado a diferentes setores da administração pública, acompanha atentamente e de perto.
As diversas imagens que chegam do país vizinho mostram uma massa popular significativa nas ruas, sobretudo em regiões próximas à Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, e do Congresso, ponto em que alguns desentendimentos entre manifestantes e policiais foram registrados.
Veja os vídeos com os primeiros registros da greve geral na Argentina: