O primeiro-ministro de extrema direita de Israel, Benjamin Netanyahu, não cede a apelos de diplomatas da União Europeia para aderir à solução de dois Estados em Gaza. O premiê também não muda a estratégia da guerra para atender aos pedidos de familiares de reféns do Hamas.
Nesta segunda-feira (22), em uma reunião tensa na sede da União Europeia em Bruxelas, ministros de Relações Exteriores europeus pressionaram Israel para aliviar o sofrimento em Gaza e apoiar a criação de um Estado palestino independente.
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O encontro expôs diferenças significativas entre os governos da UE e Israel sobre o conflito em Gaza, que já resultou em mais de 25 mil mortes, conforme autoridades de saúde locais.
Netanyahu mantém firme oposição à solução de dois Estados, agravando as tensões com aliados internacionais e enfrentando críticas internas pela gestão da guerra e pela incapacidade de libertar reféns.
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A reunião foi marcada pela apresentação do ministro das Relações Exteriores de Israel, Yisrael Katz, de um vídeo antigo propondo a criação de uma ilha artificial para inspeção de cargas e passageiros em Gaza.
Já o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Maliki, rejeitou a ideia da ilha, afirmando a necessidade de um Estado palestino independente e um cessar-fogo.
A União Europeia, buscando uma posição unificada, debateu um documento que apoia fortemente a independência palestina, alinhado com a posição da administração Biden.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, destacou a falta de alternativas à solução de dois Estados para alcançar a paz e dignidade para israelenses e palestinos.
Pressões de famílias de reféns israelenses
Também nesta segunda, em uma demonstração dramática de descontentamento, familiares e apoiadores de reféns capturados em ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro invadiram uma reunião no Parlamento de Israel.
O grupo exigia ações mais decisivas dos legisladores e interrompeu a sessão do Comitê de Finanças com cartazes e gritos de protesto, refletindo a ansiedade crescente pelas vidas dos reféns enquanto a guerra em Gaza se prolonga.
Gilad Korngold, pai de um dos reféns, expressou a urgência da situação em uma entrevista, apelando para ação imediata de Israel e dos países vizinhos. Apesar de um cessar-fogo temporário em novembro, que resultou na libertação de alguns reféns e detidos, a maioria permanece em cativeiro.
Enquanto isso,Netanyahu mantém uma posição rígida, falando em eliminar o Hamas e recuperar os reféns, mas sem sucesso aparente nas negociações. A falta de uma "proposta real" do Hamas foi citada por Netanyahu, apesar de Israel ter feito sua própria oferta.
A questão dos reféns atraiu atenção internacional, com Brett McGurk, da administração Biden, planejando visitas ao Cairo e Doha para avançar nas negociações, buscando um acordo que possa garantir a libertação dos reféns em troca de uma pausa nas operações militares de Israel em Gaza.
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