O Irã diz que vai "mandar a conta" dos assassinatos em Damasco para Israel pagar.
É a manchete deste domingo, 21, do Teerã Times, porta-voz do governo iraniano.
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No sábado, Israel atacou um prédio residencial na capital da Síria e matou ao menos cinco assessores militares ligados à Guarda Revolucionária do Irã.
Um deles é um general ligado à Força Quds, divisão da Guarda encarregada de inteligência militar.
Em 25 de dezembro do ano passado, Israel assassinou o general iraniano Razi Moussavi em Damasco. Como resposta, na semana passada Teerã diz ter atacado o quartel-general do Mossad, o serviço de inteligência de Israel, em Arbil, no Curdistão iraquiano.
Os curdos são aliados dos Estados Unidos e tem boas relações com Israel. Eles controlam importantes províncias petrolíferas do norte do Iraque.
Historicamente, Israel viola a soberania de outros países para cometer assassinatos extrajudiciais contra aqueles que considera inimigos.
Já atacou no Iraque, no Líbano, na Síria e em outros paises, sempre com a cobertura dos Estados Unidos.
Em 2020, o presidente Donald Trump autorizou o assassinato do general Qasem Soleimani em Bagdá, no Iraque.
Soleimani era o cérebro por trás do chamado Eixo da Resistência, organizado pelo Irã para resistir a Israel e à intervenção dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Dele fazem parte o Hezbollah, a Síria, os hutis do Iêmen e milícias xiitas baseadas no Iraque, além do Hamas.
MATANÇA
Desde os ataques do Hamas em 7 de outubro, que resultaram na morte e sequestro de mais de 1.000 civis e militares de Israel, Tel Aviv já matou lideranças ligadas ao Eixo em Beirute, no sul do Líbano e em Damasco, inclusive dois generais iranianos.
Em Gaza, neste domingo o número de civis mortos em bombardeios de Israel atingiu 25 mil, a maioria mulheres e crianças.
De acordo com estimativa da inteligência militar dos Estados Unidos publicada pelo diário conservador Wall Street Journal, Israel teria eliminado de 20% a 30% da capacidade do Hamas em mais de 100 dias de ataques.
Isso está bem abaixo do que diz o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que em sua mais recente entrevista coletiva falou em quase 70%.
Acossado pela opinião pública local e internacional, ameaçado no Tribunal Penal Internacional e na Corte Internacional de Justiça e criticado até por seu maior aliado, os Estados Unidos, Netanyahu diz que a guerra vai durar ao menos até o fim de 2024.
Chris Hedges, ex-correspondente do diário New York Times no Oriente Médio e hoje analista da região, diz que Netanyahu está tentando ampliar a guerra com o objetivo de se manter no poder.
Por isso, estaria adotando ações cada vez mais provocativas contra o Hezbollah no Líbano e o Irã.
No X, as Forças de Defesa de Israel (IDF) disseminaram recentemente um seriado atribuindo ao Irã todos os males do Oriente Médio, sem citar a ocupação de Israel em territórios palestinos que dura quase 70 anos.