AMÉRICA CENTRAL

Alckmin participa de ato em apoio à posse de Bernardo Arévalo na Guatemala

Vice-presidente está na capital do país centro-americano como representante do presidente Lula; está em curso uma tentativa de golpe para impedir que o presidente eleito assuma o cargo

Créditos: Reprodução X @geraldoalckmin - Lideranças da América Latina apoiam posse de Bernardo Arévalo
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O vice-presidente, Geraldo Alckmin, participou neste domingo (14) de ato em apoio à efetivação da posse de Bernardo Arévalo como Presidente da Guatemala.

Alckmin está na capital do país centro-americano, Cidade da Guatemala, representando o presidente Lula na posse do presidente eleito guatemalteco.

O ato do qual o vice-presidente brasileiro participou teve a participação de presidentes, chanceleres, representantes de países latino-americanos e europeus e do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.

Alckmin comentou que o ato em apoio à efetivação da posse de Bernardo Arévalo como presidente da Guatemala ocorre após a realização de uma eleição justa, livre e transparente, acompanhada por observadores internacionais e refletindo a livre manifestação de vontade do povo guatemalteco.

"A democracia mostrou sua força na Guatemala, e o respeito pelos resultado sufragado nas urnas beneficia toda nossa região", escreveu Alckmin.

Golpe em curso 

Está em curso neste momento uma situação tensa no país da América Central. O presidente eleito e os membros do Congresso aliados tiveram o seu juramento recusado por um grupo de golpistas conhecido como “Pacto de Corruptos”. A situação está evoluindo.

Congressistas do partido do presidente eleito, Movimento Semilla, relatam terem sido detidos dentro do Parlamento.

Há mobilização de populares no centro da capital, Cidade da Guatemala, liderada pelas forças indígenas do país que querem garantir a posse de Arévalo.

Presidente da Colômbia relata tensão

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, está no local para a posse. Ele está usando seu perfil no X (antigo Twitter), para denunciar o golpe em andamento:

Aqui na Guatemala, o Congresso da República ainda não concorda em eleger a sua diretoria, que é a que deverá assumir o presidente Bernardo Arévalo.

O partido do Presidente Arévalo, o partido maioritário, teve o seu estatuto jurídico removido.

A acusação, como no Peru, como na Colômbia, teve uma atitude adversa em relação à presidência e até tentou prender o vice-presidente eleito pelo povo.

Nosso ministro da Defesa, presidente da comissão judicial independente que investiga a corrupção na Guatemala, ainda não pode entrar neste país.

Uma reunião urgente de chanceleres está agendada pelo Chanceler da Costa Rica na Cidade da Guatemala às três da tarde aqui, horário. Três horas de atraso e o Congresso da Guatemala ainda não permite a posse do presidente eleito pelo povo da Guatemala.

Arévalo garantiu restaurar a democracia

A eleição de Arévalo, marcada pelo compromisso de erradicar a corrupção endêmica, ocorre em um contexto de um Congresso fragmentado e múltiplas tentativas judiciais para barrar seu exercício do poder.

Arévalo, de 65 anos, que prometeu restaurar a democracia no país mais populoso da América Central, com 17,1 milhões de habitantes, obteve uma vitória expressiva no segundo turno das eleições presidenciais de agosto.

Após a eleição, o procurador-geral da Guatemala, aliado do presidente cessante Alejandro Giammattei, intensificou esforços para desacreditar a vitória de Arévalo e complicar sua transição, tentando retirar sua imunidade legal, suspender seu partido Semilla e anular a eleição.

Essas tentativas de obstrução, que Arévalo chamou de "golpe", levaram milhares de guatemaltecos às ruas e atraíram pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos, para que a administração de Giammattei prosseguisse com a transição de poder.

A situação política em torno da posse de Arévalo ressalta a fragilidade do Estado de Direito na Guatemala e a iminência de uma crise de governança, que pode limitar sua capacidade de governar e honrar suas promessas de campanha de combater a corrupção, o crime organizado e gerar empregos.