A operação policial que terminou com nove presos em uma sinagoga do judaísmo Lubavitch em Nova York na última terça-feira (9) acendeu uma série de teorias de conspirações sobre os túneis que se estendiam por baixo do edifício no Brooklyn.
Os teóricos da conspiração antissemitas de grupos como QAnon e aliados à direita trumpista se assanharam com os túneis secretos por baixo da sede do templo religioso.
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Porém, conforme as investigações da Polícia de Nova York vão avançando, uma série de revelações que desmentem essas teorias vão sendo feitas.
De acordo com depoimentos e perícias, os túneis não tinham a ver com "rituais" ou quaisquer outras invenções antissemitas, mas tinham como objetivo uma busca religiosa de alguns fiéis mais jovens do Chabad Lubavitch.
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O movimento Lubavitch tem como principal mentor o Rebbe Lubavitch, que foi um influente rabino dentro do movimento Chabad. Ele afirmava que os judeus veriam a volta do Messias, mas faleceu em 1994.
A volta do Messias é importantíssima para o movimento Chabad,e alguns setores mais extremistas da religião acreditam que Rebbe era o prometido.
Os túneis faziam parte de uma caça pelo corpo de Rebbe, que ainda estaria vivo, segundo a visão mais radical do Chabad. Os responsáveis pelas escavações acreditam que o ex-líder morto é o Messias, que chegou à Terra para inaugurar o Fim dos Dias, e secretamente ainda está vivo.
E-mails mostram que a administração da sinagoga não estava feliz com as escavações e que condenava a atitude dos jovens radicais responsáveis pela caça.
"[Os esforços de tampar os túneis" foram interrompidos pelos extremistas que romperam o muro da sinagoga, vandalizando o santuário, num esforço para preservar o seu acesso não autorizado", diz um e-mail.
Nove pessoas foram presas por conta do vandalismo.
Ainda de acordo com os lubavitchers, esses homens serão expulsos da entidade e já foi recomendada sua expulsão do país. Eles seriam, em sua maioria, imigrantes com visto universitário.
O movimento Chabad Lubavitch é um dos maiores dentro do judaísmo nos EUA e conta com figuras famosas como Javier Milei e Ivanka Trump.