Levantamento feito pelo perfil do Twitter Análise Política com as 15 economias que registraram o maior crescimento econômico no primeiro semestre mostra que, das quatro economias que mais cresceram, três compõem o Brics: Índia (7%), China (5,5%), Japão (4,4%) e Brasil (3,7%).
Os Estados Unidos aparecem na 8ª posição, com um crescimento de 2,2%. Do bloco dos países que compõem a União Europeia, a Espanha aparece na 6ª posição, com um crescimento de 3%. A Itália (1,6%) está na 11ª posição; a França (0,9%) aparece na 13ª, e a Alemanha (-0,2%) na 15ª.
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Macron com saudades do colonialismo
O avanço econômico e geopolítico do Brics gerou uma reação do presidente da França, Emmanuel Macron, que nos faz lembrar o que foi e o que continuará a ser o colonialismo e o pensamento derivado desse tipo de política e maneira de ver o mundo.
Emmanuel Macron não gostou nada da última cúpula do Brics, realizada em agosto na África do Sul, e gostou menos ainda do fato de o bloco ter anunciado novos membros para compor a frente de países do Sul Global.
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Durante uma reunião com embaixadores, Macron afirmou que "a expansão dos Brics mostra a intenção de construir uma ordem mundial alternativa à atual, que é vista como ocidental demais."
Não satisfeito, Macron foi adiante em suas declarações e resgatou a velha tradição colonialista e imperial da França e da Europa. O presidente francês afirmou que a expansão do Brics representa "um risco de debilitação da Europa" e declarou que pretende conversar com todos - não especificou quem - para "evitar tal cenário."
Além disso, o presidente da França também afirmou que a expansão do Brics também representa uma possível "fragmentação do mundo."
Expansão dos Brics
Em declaração ao lado de líderes dos BRICS na manhã desta quinta-feira (24), Lula deu as boas-vindas aos seis novos membros do bloco econômico fundado há 12 anos por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para fazer contraponto à hegemonia dos EUA nas relações internacionais.
"A relevância do BRICS é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento. Como indicou o Presidente Ramaphosa, é com satisfação que o Brasil dá as boas-vindas aos BRICS a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã", afirmou o presidente brasileiro.
Em sua fala, Lula fez uma menção especial ao presidente da Argentina, Alberto Fernandez. O país vizinho realiza eleições presidenciais em outubro e corre o risco de eleger o fascista de extrema-direita Javier Milei, o "Bolsonaro argentino", que já antecipou que cortará relações com a China, segundo maior parceiro comercial da Argentina.
"Dedico uma mensagem especial ao querido Alberto Fernandez, presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento", ressaltou Lula.
Com os novos integrantes, o bloco terá 36% do PIB mundial e 46% do total de habitantes do planeta.
"A presença, neste encontro dos Brics, de dezenas de líderes de outros países do Sul Global mostra que o mundo é mais complexo do que a mentalidade de Guerra Fria que alguns querem restaurar. Em vez de aderir à lógica da competição, que impõe alinhamentos automáticos e fomenta desconfianças, temos de fortalecer nossa colaboração", emendou.
O presidente brasileiro ainda afirmou que, como presidente do G20, vai recolocar a desigualdade social como prioridade na pauta internacional e trabalhar pela entrada da União Africana no bloco.
"O Brasil vai assumir a presidência do G20 em dezembro e quer recolocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional. Não podemos fazer isso sem maior representatividade para a África. Por isso defendemos o ingresso da União Africana como membro do G20", disse Lula.
Segundo o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, os países convidados entrarão no grupo a partir de 1º de janeiro de 2024. Mas para isso, terão de cumprir critérios estabelecidos durante a Cúpula do Brics, realizada em Johannesburgo.
Os etíopes foram uma surpresa no anúncio. A expectativa era que a Indonésia entrasse no grupo, mas o país desistiu no último momento, alegando questões locais na Ásia.