O presidente da França, Emmanuel Macron, não gostou nada da última última cúpula do Brics, realizada na semana passada na África do Sul, e gostou menos ainda do fato de o bloco ter anunciado novos membros para compor a frente de países do Sul Global.
Durante uma reunião com embaixadores, realizada nesta segunda-feira (28), Macron afirmou que "a expansão dos Brics mostra a intenção de construir uma ordem mundial alternativa à atual, que é vista como ocidental demais".
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Não satisfeito, Macron foi adiante em suas declarações e resgatou a velha tradição colonialista e imperial da França e da Europa. O presidente francês afirmou que a expansão do Brics representa "um risco de debilitação da Europa" e declarou que pretende conversar com todos - não especificou quem - para "evitar tal cenário".
Além disso, o presidente da França também afirmou que a expansão do Brics também representa uma possível "fragmentação do mundo".
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Lula dá boas-vindas aos novos membros do Brics
Em declaração ao lado de líderes dos BRICS na manhã desta quinta-feira (24), Lula deu as boas-vindas aos seis novos membros do bloco econômico fundado há 12 anos por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para fazer contraponto à hegemonia dos EUA nas relações internacionais.
"A relevância do BRICS é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento. Como indicou o Presidente Ramaphosa, é com satisfação que o Brasil dá as boas-vindas aos BRICS a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã", afirmou o presidente brasileiro.
Em sua fala, Lula fez uma menção especial ao presidente da Argentina, Alberto Fernandez. O país vizinho realiza eleições presidenciais em outubro e corre o risco de eleger o fascista de extrema-direita Javier Milei, o "Bolsonaro argentino", que já antecipou que cortará relações com a China, segundo maior parceiro comercial da Argentina.
"Dedico uma mensagem especial ao querido Alberto Fernandez, presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento", ressaltou Lula.
Com os novos integrantes, o bloco terá 36% do PIB mundial e 46% do total de habitantes do planeta.
"A presença, neste encontro dos Brics, de dezenas de líderes de outros países do Sul Global mostra que o mundo é mais complexo do que a mentalidade de Guerra Fria que alguns querem restaurar. Em vez de aderir à lógica da competição, que impõe alinhamentos automáticos e fomenta desconfianças, temos de fortalecer nossa colaboração", emendou
O presidente brasileiro ainda afirmou que, como presidente do G20, vai recolocar a desigualdade social como prioridade na pauta internacional e trabalhar pela entrada da União Africana no bloco.
"O Brasil vai assumir a presidência do G20 em dezembro e quer recolocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional. Não podemos fazer isso sem maior representatividade para a África. Por isso defendemos o ingresso da União Africana como membro do G20", disse Lula.
Segundo o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, os países convidados entrarão no grupo a partir de 1º de janeiro de 2024. Mas para isso, terão de cumprir critérios estabelecidos durante a Cúpula do Brics, realizada em Johannesburgo.
Os etíopes foram uma surpresa no anúncio. A expectativa era que a Indonésia entrasse no grupo, mas o país desistiu no último momento, alegando questões locais na Ásia.