O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne, na tarde desta quarta-feira (20), com o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, no hotel em que o mandatário brasileiro está hospedado em Nova York (EUA), na esteira da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Trata-se de um dos encontros mais aguardados no âmbito da conferência global. Esta é a primeira reunião presencial entre Lula e Zelensky e vem em meio a desencontros e críticas do presidente ucraniano à posição do brasileiro com relação à guerra entre Rússia e Ucrânia.
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Zelensky driblou a imprensa e entrou no hotel em que Lula está hospedado por uma porta lateral. O líder ucraniano chegou ao local por volta das 16h15 (17h15 pelo horário de Brasília), acompanhado de grande comitiva. Do lado brasileiro, acompanham Lula na reunião o chanceler Mauro Vieira, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta.
A agenda foi um pedido de Zelensky ao governo brasileiro.
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Veja vídeo divulgado pela jornalista Raquel Krähenbühl, da Globo, que mostra a chegada da comitiva de Zelensky ao hotel de Lula:
Desencontros
Este será o primeiro encontro presencial do presidente ucraniano com o chefe de estado brasileiro desde que Lula tomou posse, em janeiro de 2023.
Em diversas ocasiões, Zelensky acusou Lula de reproduzir "propaganda russa". O presidente brasileiro é uma das principais vozes no campo internacional em favor de uma paz entre Kiev e Moscou.
Em maio de 2023, durante a cúpula do G7, o Itamaraty ofereceu a Zelensky uma agenda para que os dois chefes de estado se reúnam para debater a paz.
Contudo, a equipe de Zelensky rejeitou um encontro com o presidente brasileiro. "Encontrei todos os líderes. Quase todos. Todos têm suas agendas próprias. Acho que é por isso que não pudemos encontrar o presidente do Brasil”, disse o ucraniano à época.
Ao longo dos últimos meses, o chefe de estado de Kiev tem aproveitado diversas oportunidades para "cutucar" Lula sobre o tema. "Quando falamos de uma fórmula unilateral ou multilateral, devemos ser justos. E o presidente Lula deve entender claramente que a guerra é na Ucrânia e não na Rússia. Nem no Brasil, nem na África, nem nos Estados Unidos", afirmou Zelensky em entrevista à emissora estatal portuguesa RTP no fim de agosto deste ano.
Lula defende que Rússia e Ucrânia sentem e negociem um cessar-fogo e uma paz, ressaltando os duros impactos da guerra para os países mais pobres ao redor do mundo.