Sebastopol, sede da Frota do Mar Negro russa na anexada Crimeia, foi palco de um violento ataque com mísseis e drones marítimos promovido pela Ucrânia na última quarta-feira (13). O ataque, que resultou em danos a duas embarcações, incêndios nos estaleiros e ferimentos em pelo menos 24 pessoas, marcou o maior incidente do tipo desde o início da invasão russa na Ucrânia.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, foram lançados dez mísseis de cruzeiro e três drones marítimos durante a ação, que ocorreu por volta das 3h, horário local. Este evento se desenrolou horas antes de um encontro programado entre Vladimir Putin e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, adicionando um elemento de complexidade às relações internacionais.
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Vídeos compartilhados em redes sociais mostraram uma explosão de grande magnitude no solo, além da atuação das defesas antiaéreas e incêndios subsequentes. O Serviço de Segurança da Ucrânia afirmou que as duas embarcações atingidas foram um navio de desembarque anfíbio e um submarino, marcando a primeira vez que um submarino russo foi atingido na guerra, se confirmado.
A Defesa russa anunciou que ambas as embarcações serão reparadas, mas as primeiras imagens do navio de desembarque Minsk, verificadas pelo site de monitoramento Oryx, sugerem que ele pode ter sido destruído na doca. O governador designado da região, Mikhail Razvojaiev, relatou que uma "instalação não-civil" também foi atingida pelas chamas.
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O fogo se concentrou na área da rua Kilen-Balka, ao lado de uma das reentrâncias da baía de Sebastopol que é usada há séculos como refúgio e estaleiro de navios de guerra russos. Segundo o Ministério da Defesa, o estaleiro número 13, especializado em reparos, foi atingido, onde estavam localizadas as duas embarcações afetadas. A pasta russa afirmou ter derrubado sete dos dez mísseis e afundado os drones.
É importante destacar que Sebastopol, uma cidade de maioria étnica russa, foi anexada por Putin em 2014 em resposta à derrubada do governo pró-Kremlin na Ucrânia, e tem sido alvo de ataques da Ucrânia nos últimos tempos, incluindo a destruição de uma bateria antiaérea S-400 russa há duas semanas.
Às vésperas da reunião entre Putin e Kim Jong-Un
Este ataque aconteceu em um momento de grande relevância geopolítica, pois ocorreu sob o contexto do encontro entre Putin e Kim Jong-un, no qual o líder norte-coreano prometeu apoiar a Rússia na guerra. Antes da reunião, a Coreia do Norte também lançou dois mísseis balísticos em testes no Mar do Japão, elevando ainda mais as tensões na região.
Além disso, a situação se agravou com relatos de um ataque com drones russos contra o porto de Izmail, no rio Danúbio, ao lado da Romênia, país membro da OTAN. Estruturas de exportação de grãos foram danificadas, e pelo menos uma pessoa ficou ferida. A Ucrânia relatou ter abatido 32 dos 44 drones envolvidos no ataque.
Embora a OTAN não considere esses eventos como ataques diretos merecedores de resposta, a situação na região continua volátil e com potencial para desencadear uma escalada ainda mais perigosa no conflito em andamento. A comunidade internacional acompanha de perto o desenvolvimento dos acontecimentos, enquanto líderes mundiais buscam soluções para evitar um agravamento das hostilidades no leste europeu.