O ex-vice-presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), o Banco dos BRICS, criticou a expansão do grupo econômico e afirmou que as medidas não foram positivas para o Brasil. A entrevista foi dada à Fórum nesta terça-feira (29), durante o programa Fórum Onze e Meia.
O economista, que trabalhou na formação do grupo de relações multilaterais e na fundação do banco hoje presidido por Dilma Rousseff em Xangai, afirma que a introdução de Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito e Etiópia, não fortalece em nada o sistema para o Brasil.
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Para ele, existem alguns problemas. O primeiro é que o bloco parece estar se tensionando com o Ocidente, algo que não é positivo para o nosso país em sua visão.
“Primeiro, não interessa ao Brasil geopoliticamente estar em um grupo que confronta um ocidente. Se a intenção é essa, não é positivo para o Brasil. O Brasil não tem um conflito com os EUA ou com a UE semelhante ao que tem a Rússia, nem de longe, e nem a China”, diz.
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Além disso, ele avalia que a criação de consensos para avanço dos países nas pautas comuns - como a criação de uma moeda comum para comércio exterior - se torna muito mais difícil.
“Com cinco países era muito difícil avançar. A trabalheira para que os cinco países se reunissem em torno de posições comuns e ações concretas foi imensa. Foi o que aconteceu na formação do NDB, ou o que aconteceu na negociação do Fundo Monetário dos BRICS que está, até hoje, meio congelado”, disse. "Com 11 será muito mais difícil”, confirma.
“Que Argentina entrará? Se for a Argentina do Milei, vai mais atrapalhar do que ajudar. Emirados Árabes Unidos é menor que Pernambuco. É mal conduzido o processo e o Brasil não ganhou nada em troca. Não me pareceu um bom processo para o Brasil e nem para os BRICS no seu conjunto”, completou.
Confira a entrevista completa de Paulo Nogueira Batista Jr. ao Fórum Onze e Meia desta terça-feira (29):