Morto em 2009, o cantor Michael Jackson pode ter seu nome novamente envolvido em casos de pedofilia. O Tribunal de Apelação do Segundo Distrito da Califórnia (EUA) autorizou a retomada de processos judiciais contra empresas que administram o patrimônio do artista.
Wade Robson e James Safechuck, homens que alegam terem sido abusados sexualmente pelo artista quando eram crianças, agora podem reabrir as ações judiciais, de acordo com parecer do tribunal, obtido pela CNN.
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O órgão de apelação decidiu que “uma companhia que facilita o abuso sexual de crianças por um de seus funcionários não é dispensada do dever de proteger essas crianças apenas porque é propriedade exclusiva do autor do abuso”.
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A decisão determinou, ainda, que “seria perverso não encontrar nenhum dever baseado no fato de a ré [a companhia] ter apenas um acionista. E assim revertemos os julgamentos proferidos pelas corporações”.
Jackson morreu em 2009, porém, os requerentes estão reivindicando indenização de duas empresas de entretenimento que foram propriedade e operadas de forma exclusiva por Jackson.
Portanto, os processos, que foram consolidados no tribunal de apelação dos Estados Unidos, voltarão agora a julgamento.
Robson e Safechuck acusaram Jackson de abuso quando eram crianças, depois de inicialmente entrarem em contato profissionalmente com o artista.
Safechuck, aos 8 anos, apareceu com Jackson em um comercial da Pepsi, em 1986; enquanto Robson, aos 5 anos, esteve com o artista após vencer um concurso de dança, quando Jackson se apresentou em Brisbane, Austrália.
Em Leaving Neverland, documentário da HBO de 2019, ambos expuseram, de maneira surpreendente, relatos semelhantes, como o suposto abuso sexual de Jackson aumentou gradualmente ao longo dos anos, acompanhados por sua suposta pressão para que não tornassem público o que estava ocorrendo.
O advogado do patrimônio de Michael Jackson, Jonathan Steinsapir, declarou, em uma nota à CNN: “Estamos desapontados com a decisão do tribunal. Continuamos totalmente confiantes de que Michael é inocente dessas acusações”.
Outra parte
Vince William Finaldi, advogado de Safechuck e Robson, por sua vez, afirmou: “Estamos satisfeitos, mas não surpresos que o tribunal de apelação anulou” as decisões anteriores.
Finaldi relatou, ainda, que as decisões anteriores foram erradas, contra a lei da Califórnia e que teriam estabelecido um precedente perigoso que colocou crianças em perigo em todo o país. “Esperamos ansiosamente por um julgamento sobre o mérito”, destacou.