Em maio de 2022, o empresário sul-africano Elon Musk veio ao Brasil para anunciar, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o lançamento de uma parceria entre a sua empresa Starlink e a gestão federal da época. Durante o evento, Musk anunciou que levaria internet para 19 mil escolas. Porém, o projeto é um fracasso total.
De acordo com levantamento feito pelo UOL, Musk não fechou nenhum tipo de acordo com o governo federal e antes de sua empresa, a Starlink, são vendidas no garimpo ilegal na Amazônia.
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Até este momento, apenas três escolas estaduais receberam internet por meio da Starlink quando, em setembro, antenas foram doadas. Uma realidade muito distante das 19 mil instituições de ensino.
No mesmo evento, em 2022, o ex-presidente Bolsonaro anunciou que a sua gestão tinha por objetivo conectar 100% das escolas públicas da região Norte até o fim de 2022. A meta da gestão Bolsonaro não foi alcançada e mais de 5 mil escolas da região estão sem internet, segundo a Anatel.
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Em outubro do ano passado, o governo federal abriu edital para provedores de internet que estivessem interessados em fornecer banda larga para 6,9 mil escolas. A Starlink não participou do edital.
Longe de fornecer internet às escolas, as antenas da Starlink têm sido comercializadas para entes privados. A empresa afirma ter 50 mil clientes no Brasil.
Além disso, as antenas da Starlink têm sido utilizadas pelo garimpo ilegal na Amazônia. Dispositivos da empresa de Elon Musk têm sido apreendidos em operações de fiscalização.
Elon Musk anuncia projeto para conectar escolas brasileiras
O empresário Elon Musk anunciou, por meio de suas redes sociais, que lançará um projeto no Brasil chamado Starlink que visa conectar 19 mil escolas em áreas rurais e também monitorar a Amazônia.
No entanto, o dono da Tesla não detalhou como tal projeto será desenvolvido e nem como o chamado Starlink vai acontecer. O governo federal também não deu detalhes sobre o projeto.
Além disso, o bilionário afirmou que pretende instalar satélites para monitorar a Amazônia, porém, o Brasil já conta com tal serviço desde 1988, trabalho realizado pelo Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Inpe, que é vinculado é Ministério da Ciência e Tecnologia, recebe e processa os dados sobre perda de floresta. As imagens são obtidas via satélite e o nível de precisão, segundo o instituto, é de 95%.
Bolsonaro gastou ao menos R$ 136 mil para receber Elon Musk
O presidente Jair Bolsonaro (PL) não economizou no cerimonial para receber o bilionário Elon Musk em maio. Ao invés de ir até Brasília, Musk se encontrou com o presidente em um hotel de luxo da rede Fasano no interior de São Paulo. Isso, claro, teve um alto custo para o Governo Federal.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, informações apresentadas pelo Ministério das Comunicações a um requerimento da bancada do PSOL na Câmara indicam um gasto de pelo menos R$ 136 mil.
O valor faz referências ao planejamento e apoio logístico ao evento e não inclui as despesas de casa um dos membros da comitiva presidencial. A pasta afirma que não tem acesso a esses números.
O Ministério das Comunicações disse, na época, que o empresário dono da Tesla e da Space X veio ao país para "tratar com o governo brasileiro sobre Conectividade e Proteção da Amazônia". Musk participou do evento "Conecta Amazônia" e promoveu o lançamento do serviço de internet por satélite Starlink no Brasil.