Após a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a Arábia Saudita anunciou nesta domingo (4) que fará um corte voluntário em sua produção de petróleo, reduzindo em 1 milhão de barris por dia. O anúncio foi feito como parte de um acordo entre os membros da Opep+, que inclui os membros fixos da organização e outros países associados. A reunião ocorreu em Viena, Áustria, durante este fim de semana.
Embora os membros da Opep+ não tenham chegado a um acordo geral para a redução da produção, o corte ficou limitado à Arábia Saudita. O príncipe saudita Abdulaziz bin Salman, ministro de Energia do país e considerado o líder da Opep, foi responsável pela negociação do corte.
Te podría interesar
Reduzir a oferta global de petróleo
O objetivo do corte de produção da Arábia Saudita é reduzir a oferta global de petróleo e impactar os preços do barril, que têm diminuído desde o pico atingido no início de 2022. O ministro da Arábia Saudita afirmou que farão o necessário para trazer estabilidade ao mercado.
O preço do petróleo no mercado internacional tem apresentado queda. No início de 2022, durante o início da guerra na Ucrânia, o barril do tipo Brent atingiu cerca de US$ 130. No entanto, na última semana, o barril fechou em torno de US$ 76, ainda considerado relativamente alto, mas distante dos picos do ano passado.
Te podría interesar
Com o anúncio do corte de produção, a Arábia Saudita espera reduzir sua produção para menos de 9 milhões de barris por dia em julho, atingindo o nível mais baixo desde junho de 2021. Naquela época, a produção foi afetada pela queda na demanda por combustíveis devido à pandemia de Covid-19.
A Arábia Saudita e outros membros da Opep já haviam anunciado cortes de produção em abril deste ano, o que resultou em um breve aumento no preço do barril, chegando a cerca de US$ 90, mas logo retornou ao patamar de cerca de US$ 70, que tem sido mantido até o momento.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a Arábia Saudita precisa que o preço do barril se mantenha em torno de US$ 80 no mercado internacional para garantir estabilidade fiscal no país e financiar projetos em andamento.
Durante as negociações da Opep+, observadores afirmam que os Emirados Árabes Unidos foram os vencedores. Eles não concordaram com uma redução voluntária imediata na produção e, além disso, aumentaram em 200 mil barris por dia sua meta para 2024. As metas de produção da Opep+ foram ajustadas para 40,5 milhões de barris por dia até 2024.
A reunião em Viena nos últimos dias enfrentou dificuldades para chegar a um acordo, com o principal impasse relacionado à distribuição das cotas de produção entre os países.
Países africanos produtores se opuseram aos pedidos de renúncia de suas cotas de produção não utilizadas. Angola, que tem colocado menos petróleo no mercado do que permitido pela sua cota devido a problemas na capacidade local de produção, foi um dos países que se opôs firmemente a qualquer redução da meta.
Por outro lado, os Emirados Árabes Unidos têm aumentado sua capacidade de produção e têm pressionado os membros da OPEP+ para obter autorização para elevar seus números de produção.