No próximo dia 23 de julho, mais de 30 milhões de eleitores vão às urnas na Espanha para as eleições parlamentares que definirão quem será o novo chefe de governo do país. O cargo, atualmente ocupado por Pedro Sánchez, do PSOE, é considerado o principal posto político espanhol.
Os principais candidatos ao posto são Pedro Sánchez, que busca a terceira reeleição, e Alberto Nuñez Feijóo, do Partido do Povo (PP), de centro-direita.
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Por fora, corre o nacionalista de extrema-direita Santiago Abascal, do Vox, partido populista ao modo do bolsonarismo e do Fratelli D'Itália de Georgia Meloni.
As pesquisas de opinião indicam que o governo espanhol pode acabar mudando de mãos, saindo da centro-esquerda para a centro-direita após seis anos de governo do partido socialista espanhol.
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As eleições ocorreram após uma sonora derrota da esquerda nas eleições locais espanholas ainda em maio deste ano, que motivou o governo do PSOE a convocar um novo pleito, que deve ocorrer no próximo dia 23.
Eleições na Espanha - quem vai ganhar
As pesquisas mais recentes feitas por institutos espanhóis e internacionais mostram que Nuñez Feijóo é o favorito para ganhar as eleições, formando um provável governo de coalizão com o Vox, partido de extrema-direita.
Feijóo tem 33% dos votos, e o Vox acumula 13,5% dos votos, enquanto o PSOE soma 27% e o Sumar (outro partido de esquerda) 13% das intenções dos eleitores.
A liderança de 6 pontos do Partido do Povo deve garantir uma vitória não necessariamente garantir uma vitória. Somente uma aliança como Vox poderia garantir a ascensão de Nuñez Feijóo ao posto de primeiro-ministro.
Caso a aliança não se forme, Sánchez pode tentar alcançar um governo de minoria com o Sumar, tentando prorrogar o governo por alguns meses, tentando forçar uma nova eleição dentro de poucos meses.
Alberto Nuñez Feijóo - quem é
Alberto Nuñez Feijóo é o líder partidário do Partido do Povo (PP) e é cotado como favorito para assumir o posto de primeiro-ministro espanhol após as eleições desta sexta-feira (23).
Feijóo é o líder do PP desde 2022. Ele é senador Espanhol, presidente do partido desde o ano passado e foi governador da região da Galiza entre 2009 e 2011. Foi membro dos governos Aznar e Rajoy, os últimos chefes de governo do partido de centro-direita.
Feijoó tem como grande mancha de sua carreira um foto com Marcial Dorado, famoso narcotraficante e contrabandista espanhol.
Nuñez não é um direitista anti-União Europeia e defende uma guinada liberal-conservadora moderada no governo espanhol. Ele tem ganhado popularidade desde maio de 2023, quando a popularidade do PSOE caiu.
Além disso, Nuñez também é acusado de ter promovido duros cortes nos serviços públicos da Galícia, estado que governou por anos.
Pedro Sanchez - quem é
Pedro Sánchez, atual premiê espanhol, é membro do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e lidera o partido desde 2017, quando assumiu o cargo de primeiro-ministro em Madrid.
Entre suas políticas notórias, estão a aplicação de uma radical implantação de renda básica entre os cidadãos, além da expansão de políticas de direitos humanos e em favor de minorias na Espanha.
Ele lidera um governo de coalizão com o Partido Podemos e teve diversos desafios durante seu governo, como os pleitos separatistas da Catalunha e a pandemia de covid-19.
Sua popularidade não era necessariamente alta, mas acabou decaindo a partir de 2023. Segundo os analistas, a ascensão da extrema-direita em pautas como aborto e questões feministas se tornaram um ponto chave para redução da popularidade do PSOE.
Sánchez já havia convocado eleições antecipadas em 2019, durante uma crise política, e conseguiu se reeleger, galvanizando seu poder. Porém, a perda do PSOE em regiões estratégicas no pleito de maio deste ano indicou que era hora do partido ser avaliado novamente pela população espanhola.
Quem corre por fora - Vox e Sumar
Desde o fim da ditadura franquista, PSOE e PP se mantém em alternância de poder na Espanha, sem um primeiro ministro de outro partido ocupando o cargo nos últimos 40 anos.
Além disso, outros dois partidos acabam se fortalecendo como os principais outsiders da política espanhola. Um deles é o Vox, nacionalista de extrema-direita que soma pouco mais de 13% das intenções de voto mas chegou em quase 30 no início do ano.
O Vox defende uma série de posições conservadoras em questões como imigração, unidade territorial da Espanha, nacionalismo espanhol, combate ao separatismo catalão, valores tradicionais e políticas de segurança rígidas. Eles também são conhecidos por serem contrários ao feminismo e à legislação que promove a igualdade de gênero.
A integralidade territorial da Espanha foi um dos principais pontos para atacar o PSOE durante os anos de 2022 e 2023.
Do outro lado, a plataforma eleitoral Sumar, de esquerda socialista, incorpora o legado do socialista Podemos em um diálogo de disputa por um governo mais à esquerda dentro da Espanha.
Yolanda Diaz, líder do partido, faz parte do governo de Sánchez. O partido defende uma plataforma de esquerda liberal europeia, defendendo o bloco econômico europeu, o federalismo espanhol e a intensificação dos programas sociais de Madri para toda a Espanha.
A plataforma do Sumar foi lançada logo após a convocação de novas eleições pelo governo Sánchez e deve angariar votos que iriam para o Podemos, que se desintegrou nos últimos meses.
Ambos os partidos tem cerca de 15% do voto e devem compor com o partido mais próximo ideologicamente que vencer o pleito, seja o de Nuñez Feijóo para o Vox, seja o de Sanchez, para o Sumar.