FUNDO DO MAR

VÍDEO: Veja como é a viagem aos destroços do Titanic que pode ter levado milionários à morte

Viagem em submarino que comporta cinco pessoas e custa R$1,2 milhão; Anúncio da empresa responsável convoca clientes para uma “expedição”

Turista observa destroços do Titanic pela janela do submarino.Créditos: Reprodução/Twitter via Ocean Gate
Escrito en GLOBAL el

Um submarino utilizado no passeio turístico Expedição Titanic, promovido pela Ocean Gate, desapareceu no Oceano Atlântico durante a viagem que buscava mostrar os restos do famoso navio Titanic a milionários que compraram o passeio. Uma busca pela embarcação está sendo coordenada pela Guarda Costeira de Boston, nos Estados Unidos, desde a primeira hora desta segunda-feira (19). Maiores detalhes da viagem foram revelados nas últimas horas pela imprensa internacional.

Um vídeo da própria Ocean Gate, que fazia propaganda do passeio, revela algumas imagens da embarcação utilizada e dos próprios destroços do Titanic. Também convoca seus futuros clientes a participarem de uma “incrível expedição, que busca resgatar a história do icônico Titanic antes que desapareça no fundo do mar".

Submarino

O submarino em questão tem lugar para cinco pessoas, sendo 1 piloto e 4 passageiros. Para realizar a viagem, a Ocean Gate cobrou 250 mil dólares de cada passageiro, o que dá um equivalente a R$ 1,2 milhão por pessoa. Ainda não há maiores informações sobre quantos passageiros estavam a bordo.

Batizado de Titan, o submarino é construído em fibra de carbono e titânio. Tem o espaço interno de um carro considerado grande, possui um banheirinho bem pequeno e é controlado por um artefato que lembra um controle de vídeo game. O noticiário CBS Sunday Morning exibiu uma reportagem sobre a viagem, onde o jornalista fica nervoso com a experiência, além de ter a percepção de que o submarino parece improvisado e acha cômico o fato do controle da embarcação se parecer com o de um videogame.

Turismo de luxo e termo de risco de vida

O passeio é destinado para turistas de luxo. Tanto é assim que, para além do valor cobrado, um dos turistas presentes na ‘expedição’ é Hamish Harding, magnata do setor de aviação e aeroespacial, cofundador e presidente da Action Aviation. Para participar, foi preciso que Harding e os outros turistas assinassem um “termo de risco de vida” antes de partir.

"O submersível é experimental e sem aprovação ou certificação de órgãos reguladores, podendo a viagem causar danos físicos, psicológicos ou morte", está escrito em uma das partes do termo que os turistas precisam assinar. Não se sabe se as pessoas que estão desaparecidas chegaram a ter acesso ou, de fato, assinaram o acordo.

O passeio

Com o naufrágio do Titanic distante cerca de 600 quilômetros de Newfoundland, uma ilha na costa do Canadá, o passeio completo dura em torno de 10 dias. É preciso sair de barco da cidade canadense de St. Johns, numa embarcação grande que carregue a própria tripulação, o submarino, o piloto do submarino e os turistas. A viagem até o ponto em que o Titanic naufragou demora aproximadamente dois dias. Chegando ao local, o submarino é lançado ao mar e então demora cerca de 8 horas para chegar aos destroços, submersos a uma profundidade de 3,8 quilômetros.

Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://benfeitoria.com/ato18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.

Foi nesse momento, em que a embarcação descia mar abaixo, que o submarino perdeu o contato com a equipe em terra nesta segunda-feira. Segundo informações da Ocean Gate, buscas privadas também estão sendo realizadas. "Estamos explorando e mobilizando todas as opções para trazer a tripulação de volta com segurança", afirmou a empresa em comunicado publicado nesta segunda-feira. “Todo o nosso foco está nos tripulantes do submersível e suas famílias”, completou.

Restos do Titanic

Construído no começo do século passado pela empresa britânica White Star Line, o Titanic era um dos maiores e mais luxuosos de sua época. Considerado uma máquina imbatível, à prova de tragédias, contrariou a expectativas dos seus criados quando afundou em 14 de abril de 1912 após colidir com um iceberg. Mais de 1500 pessoas morreram justamente pela falta de botes salva-vidas.

Desde 1985, quando seus destroços foram encontrados, diversas expedições foram realizadas para pesquisar o trágico acidente. Recentemente, por exemplo, a empresa de pesquisa de sonares Magellan conseguiu fazer uma imagem em alta definição detalhando o estado do Titanic.