ESTRANHO

A curiosa história do misterioso submarino nazista descoberto na Argentina

Governo argentino ainda não tomou decisão sobre navio naufragado na sua costa

Submarino tipo IX U-Boat da esquadra alemã no período nazistaCréditos: Reprodução/Museu Alemão do Submarino
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No final de 2021, pesquisadores do grupo italiano Eslabón Perdido descobriram a existência de um submarino naufragado na costa da Argentina. 

A embarcação do tipo IX U-Boat está localizada no fundo do mar nas proximidades de Necochea, uma cidade próxima de Buenos Aires.

"Após uma investigação, os especialistas navais determinaram que os destroços são compatíveis com o de um submarino e não de um navio convencional", disse Carlos Palotta, um dos colaboradores do grupo, no ano passado.

O problema é que o navio tipo IX U-Boat era comumente usado pelas esquadras da marinha alemã durante o período da guerra. E as datações preliminares do grupo de pesquisadores italianos indicam que o navio afundou por volta de 1945, último ano da Segunda Guerra Mundial.

Submarino nazista de mesmo modelo utilizado durante a Segunda Guerra Mundial

Os pesquisadores se indignam com o silêncio do Estado argentino sobre o temo. "O governo nacional ainda não respondeu à proposta de colaboração e ao plano de trabalho apresentado pela Liga Naval Italiana", disse ao La Nación Abel Basti, que liderou a exploração.

O Congresso argentino debate uma exploração sobre a possível descoberta e a senadora Silvina Garcia Larraburu, que compõe a base do governo Fernández, defende que a exploração pode ser "o descobrimento mais importante da história naval argentina".

Se especula que o navio teria se auto-destruído por estar colaborando com o governo de Juan Domingo Perón, que rompeu relações com os países do eixo apenas em 1944. Outros especulam que o submarino poderia ter sido usado na fuga de nazistas para as terras argentinas no fim da guerra.

É justamente para acabar com a especulação que lideranças judaicas defendem a pesquisa sobre o submarino. "É crucial que o governo responda a quaisquer preocupações levantadas, independentemente de restrições históricas, políticas ou financeiras. Deixar de fazê-lo apenas alimenta especulações e suspeitas", disse Ariel Gelblung, diretor do Centro Simon Wiesenthal para a América Latina.