Cientistas de diversas nações estão no Quênia, país localizado na África, com a dura tarefa de impedir a extinção do rinoceronte-branco-do-norte. A última esperança de salvação da espécie depende das técnicas de reprodução in vitro - laboratório - desenvolvidas pela ciência e da resposta das duas fêmeas vivas da espécie em possível inseminação com o esperma, ora congelado, de Súdan, o último macho da espécie sacrificado em 2018, aos 45 anos, após apresentar um quadro terrível de saúde veterinária.
Faz alguns anos que o consórcio de cientistas busca uma solução para a espécie e desenvolveu um método de procriação assistida de rinocerontes. Em 2018 coletaram ovócitos de fêmeas de rinoceronte-branco-do-sul, tanto em zoológicos europeus como entre os 20 mil animais da subespécie que vivem no sul da África de forma selvagem.
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Os ovócitos chegaram a ser fecundados in vitro pelo esperma congelado de rinocerontes-brancos-do-norte e também por material genérico retirado de rinocerontes-brancos-do-sul. O procedimento foi feito em laboratórios da italiana Avantea. Os embriões foram congelados e no futuro serão implantados em fêmeas da espécie do sul.
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Aproximadamente um ano depois foi a vez de serem extraídos os ovócitos das duas últimas fêmeas do norte. Deles foram produzidos dois embriões de rinoceronte-branco-do-norte, ora mantidos em hidrogênio líquido para serem implantados em uma mãe no futuro.
As duas fêmeas que hoje vivem no santuário de Ol Pejeta, no Quênia, já tentaram, mas não conseguiram terminar a gravidez em oportunidades anteriores. Por isso o cuidado dos cientistas em manter o feto conservado enquanto buscam uma possível “barriga de aluguel”. A principal hipótese estudada é implantar os embriões em fêmeas de rinoceronte-branco-do-sul, mas as espécies não são idênticas e tal técnica ainda não foi desenvolvida.
A expectativa dos cientistas é de que se o experimento tenha sucesso, um novo mercado possa se abrir, uma vez que há mais de 42 mil espécies animais atualmente ameaçadas de extinção. No caso do rinoceronte-branco-do-norte, que pouco sofre com eventuais predadores naturais, o motivo da iminente extinção é o ser humano. Com os chifres valorizados em países da Ásia sobretudo, onde se acredita que tenham propriedades medicinais, a caça à espécie escalou a partir dos anos 70 nos países onde é encontrado: Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Chade, Uganda e República Centro-Africana.